Ano Novo

Já está a chegar um novo ano. Tudo novas oportunidades de viver outra vez e talvez melhor. Vai começar tudo outra vez e eu tenho que ter a vontade de fazer tudo valer a pena. Ainda não tenho.

Agora está tudo bem… finge-se e tapa-se o que não está, sorriso bem disposto esconde as lágrimas. Tento fazer tudo ao mesmo tempo para estar ocupada, se assim estiver não penso em mais nada.

Era mais fácil apagar os sentimentos ou pensamentos e seguir em frente mas não é possível.

Agora escrevo e claro não consigo parar as lágrimas que me caem pela cara. De tristeza… De desilusão… Algumas também de felicidade. Lá no fundo talvez não tenho sido tão mau.

Já passou e isso é o que importa, menos um dia, menos um mês, vamos indo assim. Há coisas boas e más. E para o ano? Vale a pena sonhar para sair tudo ao lado? Se calhar é melhor não ter sonhos nem objetivos assim não falha nada, vive-se um dia de cada vez, um à espera que chegue o outro.

São muitas as coisas que não sei fazer e poucas as que já aprendi como se fazem. É tão difícil. Parece que está sempre tudo mal e que não faço nada de jeito. O que eu digo não interessa nem conta. Às vezes sinto que me tratam como uma tonta, coitadinha, não entende nada e vamos gozando com ela. Mas ela entende, entende e não gosta de como é tratada, simplesmente ignora e depois chora.

Gostava que me tratassem de outra forma e que não “gozassem” comigo, especialmente quem tenho por perto.

Podiam apoiar-me mais e não rebaixar-me tanto, vezes que finjo que não entendo, mas dói na mesma.

Eu sei que não sei fazer as coisas e que não faço nada de jeito mas isso não ajuda.

Então e o que é isso de retrospetiva do ano que passou? Não sei bem. Foi bom. Foi horrível. Teve coisas boas. Teve coisas más.

Ainda tenho a minha filha, vai me mostrando todos os dias como sou uma péssima mãe, que não sabe fazer nada do que ela quer. Vai fazendo as suas conquistas e isso deixa-me mais calma.

E o resto? Isto deveria ser um texto com os meus objetivos para 2022 mas quando começo a escrever abalam todas as coisas boas, começo a lembrar-me das piores ou talvez das verdadeiras e escrevo. As boas eram apenas ilusões que a caneta vai mostrando e revelando a verdade.

Como posso mostrar aos que estão ao meu lado as minhas necessidades? Deveriam apenas conhecer, talvez seja isso, se calhar ninguém me conhece realmente.

Para o próximo ano quero tentar pelo menos ultrapassar algumas barreiras as mesmas que não me deixam seguir em frente.

Hoje está tudo bem.

Há de ficar tudo bem, pelo menos é o que dizem.

Que assim seja.


30/12/2021

O que te preciso dizer…

Não sei falar. Todos dizem que tenho o coração ao pé da boca e talvez seja isso, sempre que é para falar fujo, choro e não digo nada. Fazia-me bem falar mas não dá, por isso escrevo o que preciso dizer.

Sei que fui ao fundo, mas também sei que estou a voltar de lá. Não tem sido nada fácil, é um caminho complicado.

E nós? Como estamos nós os dois? Quero saber a tua opinião. Sei que não tenho sido grande coisa para ti, que te tenho deixado para trás e não tenho estado à tua altura. Sei que te amo como nunca, adoro estar contigo. Ainda há umas coisas na minha cabeça que não desaparecem, tu sabes o que é, tenho me esforçado mas não consigo esquecer, o tempo deve ajudar.

Tenho a cabeça a mil e não sei bem do que tu precisas.

E a kiki? Cada vez maior, e eu não estou a saber lidar com isso. Cada vez mais esperta, uma nova descoberta todos os dias, para ela e para mim. Eu também não sei ser mãe, mas sabes… ainda ontem eu era uma menina pequena e mimada, e agora tenho que ser mãe e mulher. E nesses dois papéis tenho a certeza que não sou boa. Enfim…

E trabalho? Possas nem sei se gosto ou não gosto. Uns dias adoro lá estar outro dias nem por isso. Lidar com pessoas também não é fácil.

E música? Assunto proibido. Pela primeira vez abro o meu coração e sei que “cá” destruíram 8 anos do meu trabalho, da minha dedicação, do meu empenho e um bocado de mim também.

Com a pandemia e o ter sido mãe perdi a minha vida e tive que aprender tudo de novo. Ganhei o meu maior tesouro mas não sei ser mãe. Perdi o meu emprego onde estive 3 anos e até gostava. Perdia a escola de música onde estive 8 anos e era a minha vida. Perdi a escola dos meninos onde estive 3 nos e era um escape aos problemas.

Tive que aprender outro trabalho, a convier com pessoas diferentes.

Substituir a minha vida toda de repente.

Quero a tua opinião.

Como estamos nós? E o que sou para ti?

Como sou para a kiki? Como posso ser melhor mãe?

O que faço para ter um trabalho que não acabe?

Que faço para o meu projeto correr bem? E eu não achar que não estou à altura ou que ninguém vai parecer?

O que faço para não me martirizar por não ser boa professora?

O que faço em relação há banda de “cá”?

E às outras? Como faço para ir e para ficar com a kiki?

E quanto à minha saúde ou paz? Como acalmo o coração? E a minha cabeça?

Como posso ter paz e ser feliz?


11/12/2021

Pela minha família… Onde o amor cura

Hoje estou a escrever na sala, sozinha porque cada um dos meus amores está nos seus “trabalhos”. Estive mesmo lá em baixo e durante muito te...