Pela minha família… Onde o amor cura

Hoje estou a escrever na sala, sozinha porque cada um dos meus amores está nos seus “trabalhos”.
Estive mesmo lá em baixo e durante muito tempo, mas com a ajuda do meu amor, estou a conseguir dar a volta.
Ele é incrível, tem aturado tanta, mas tanta coisa. A gravidez da Leonor não tem sido nada fácil, mas a nível emocional tem sido um horror, riu e choro do nada, mas ele tem aguentado tudo. Sem dúvida que é o meu grande apoio. Ao meu marido devo muito, mas mesmo muito, e nunca conseguirei compensá-lo ou retribuir-lhe o que fez e continua a fazer por mim.
Bem isto não tem sido nada fácil, as quedas constantes e o levantar-me e não conseguir, tem sido horrível. Cheguei a querer ir me embora daqui sair de casa, não porque não goste deles, mas sim porque sentia que os magoava cada vez mais. No meu marido via-se o ar de desanimo cada vez que eu caia e também um bocadinho de “fogo outra vez, já não sei o que fazer”. Na minha filha mais velha começou a ver-se o hábito, para ela era normal que a mãe estivesse assim, sempre a chorar, a gritar ou a atirar com as coisas. E tudo isto me irritava, sim eu que tinha sempre tudo controlado estava a perder as estribeiras. A mãe que estava lá sempre a brincar, a mulher sempre pronta a ouvir, desapareceu e deu lugar a uma pessoa em choro constante. Várias foram as coisas que me passaram pela cabeça, até ao ponto de achar que a gravidez tinha sido um capricho meu e muito precipitada e que por isso estas coisas me aconteciam, achei que não merecia ser mãe outra vez.
Mas coisas más vão e voltam, agora é concentrar nas menos más. Tentar cair o menos possível e prender a levantar-me. Deixar os “ses” para depois porque só atrapalham, mesmo que isso seja praticamente impossível. Falar dos medos e receios nem que seja aqui no papel. E tentar aguentar-me firme. Agora os medos e receios, ui são muitos, mas vai fazer me bem falar deles. O medo principal será talvez ter uma queda gigante e não conseguir levantar-me, nem com a ajuda de quem me quer bem. Outro receio talvez inevitável é sem dúvida o parto da Leonor, não estou nervosa, nem com medo, mas sim ansiosa porque não sei quando vai ser (como é obvio), da mana não “rebentaram as águas”, nem fomos de urgência para o hospital, e agora não faço ideia de como reagir se isso acontecer. Depois o parto que sabemos bem que não vai ser uma coisa fácil, mas que terá de acontecer, também quem é que não fica ansioso por saber que mais dia menos dias vai ter dores horríveis como se estivesse a partir os ossos todos e que vai ser cortado e cozido de novo? Tem de ser claro, mas ninguém está pronto para isso, e a recuperação que custa tanto. Ansiosa nível máximo para ver a carinha dela, para ver a reação da mana, para ter as duas nos meus braços e no meu colo. Enfim…
Outro desabafo em jeito meio de crítica, sinto que todas as pessoas que me rodeiam estão numa de “deixa andar” em relação à Leonor, tudo bem que ela vai ficar comas coisas da irmã, mas a irmã também ficou com as do tio e do primo e não foi assim. Neste momento a Leonor pode nascer a qualquer altura e faltam apenas duas semanas para acabar o tempo e ainda não tem cama nem banheira, ok que ainda faltam mais coisas, mas estas duas são para já. Eu não me tenho sentido bem nem com coragem para fazer nada, mas possas isto também é de mais e não sei como pedir ajuda para resolver.
Passamos e estamos a tentar livrar-nos de uma anemia que me levou todas as forças, mas parece estar a melhorar, o meu mau humor e tudo junto tem dado comigo em louca.
Por outro lado, é quase Natal e há tantas coisas nesta época que gosto ou gostava, já nem sei, há magia no ar e este ano com uma mini princesa já nos braços e com uma mega princesa mais velha que continua a precisar de mim. O pai natal tem vindo a deixar presentes para as duas e tentar fazê-las felizes será para sempre o meu objetivo, não esquecendo nunca do pilar desta família que nos sustenta e apoia incondicionalmente, a ti meu marido devo o mundo e a minha felicidade, nunca te esqueças que te amo.
Os 5 seremos imbatíveis juntos, com força, fó e fé, porque o amor cura mesmo.

CVG
27/11/2024

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