Um dia de cada vez

Hoje consigo perceber que estou melhor, diria que quase bem, quase porque de vez em quando ainda há certas coisinhas que me deitam para baixo.

Tenho vários empregos e todos não fazem um. Gosto daquilo que faço mas não gosto da maneira como é feito. Vou explicar! Finalmente dou aulas de música e explicações e até gosto bastante do que faço mas passo um dia/manhã todo em casa e só trabalho ao final do dia, chego a começar a trabalhar das 14h30 às 19h30 e isso é chato porque são as horas em que a minha filha sai da escolinha dela. Ela pode sair a partir das 16h que é mesmo a hora em que eu começo a trabalhar, passo o dia em casa sem ela e depois quando ela vem vou eu embora, é muito chato e depois só chego perto das 19h30 é fazer jantar, banho, etc., e aproveitamos pouco tempo juntas.

Tem sido difícil gerir estes horários e conseguir lidar emocionalmente com a situação de sair de casa quando ela vem para cá. A pouco e pouco vai indo, vou conseguindo conformar-me com a situação, mas é algo que mexe comigo e que me voltou a fazer descer mais uns degraus nesta subida até ao cimo da felicidade, só que desta vez já me sei agarrar e cair até ao fundo está completamente fora de questão.

Depois há a questão das escolhas entre a família e o emprego, já uma vez passei por isso, quando engravidei da minha filha, em que tive que escolher entre ser mãe ou a minha carreira profissional e aí nem hesitei e escolhi a minha filha, no entanto perdi toda a minha carreira profissional e estive algum tempo desempregada. De entre empregos temporários como este agora, finalmente gosto do que faço e optei por continuar profissionalmente, mesmo que isso me faça afastar e passar menos tempo com a minha filha… Parece que fiz a mesma escolha mas que desta vez escolhi ao contrário.

Não gosto de pensar que deixo a minha família para trás nem de lado mas o que é certo é que desta vez não abdiquei daquilo que realmente gosto de fazer profissionalmente, mesmo que seja por pouco tempo. E sim abdiquei um pouco da minha família, passo menos tempo com eles no final do dia mas compenso-os bastante com mimos e atenção no fim de semana. A única coisa que realmente deixei para trás e tive que escolher foi mesmo o desejo que temos de engravidar de novo. Aqui sim, tive que escolher e não foi fácil, mas escolhi adiar por mais uns mês o desejo de voltar a ser mãe em prol da minha atividade profissional, pois sei que seriam duas coisas incompatíveis para já.

Não deixo de pensar nisso nem se realmente fiz a escolha certa, mas o que realmente interessa é que estou feliz profissionalmente, uma coisa que já não acontecia há muito tempo.

Gostava de ter um emprego das 9 às 5 como se costuma dizer por aqui, um daqueles em que trabalhamos de manhã, vimos almoçar e trabalhamos o resto depois, com um horário de saída confortável, mas é impossível eu sou professora de música nas AECS (e não ganhamos assim tão bem), ora as atividades de enriquecimento curricular apenas são feitas no final das áreas obrigatórias normalmente a partir das 14h30 ou 16h até ao final das aulas 17h. Depois disso dou aulas de música também numa banda filarmónica e explicações de 1º ciclo, aqui tanto uma como outra atividade tem que ser feita num horário que os alunos possam frequentar e qual é ? “Depois das aulas”, ou seja eu trabalho sempre no final e depois das aulas escolares por isso é impossível chegar a casa mais cedo. Enfim…

Temos outro recente problema cá em casa e que veio de certa forma abanar a nossa relação familiar, tem o nome de “Pinky” e é uma cadela traçada de labradora que nos apareceu à porta de repente como oferta de prenda de batizado à nossa filha.

Pois bem esta cadela chegou com 1 mês e meio e agora já tem quase 3, ainda é bebé mas já tem um porte grande, só que adora roer tudo, morder-nos e fazer xixi por todos os lados. Já a estamos a tentar habituar mas mesmo assim tem sido uma tarefa difícil e que nos leva à exaustão, até porque o relacionamento dela com a nossa filha só agora começou a amenizar um pouco, no início tinham as duas muitos ciúmes uma da outra, agora está tudo melhor.

E nós os dois, o casal, onde fica? Pois é não tem sido nada fácil para a nossa relação conseguirmos tempo e energias para estarmos alguns momentos juntos. Não conseguimos ter tempo para os dois, mas também como uma filha pequena que depende inteiramente de nós, uma cadela bebé que rói tudo e faz xixi em todos os lados e as nossas vidas profissionais, não nos sobra tempo nem energia no final do dia para nós.

Este afastamento dos dois, veio complicar um bocadinho o clima familiar, andávamos os dois stressados, cansados e o pior é que andávamos de costas voltadas, cada um exausto para seu lado. Já resolvemos o problema, falando abertamente os dois, expondo o que nos atrapalhava e o que nos deixava mais exaustos. Conseguimos trocar algumas tarefas exaustivas entre os dois, o que nos deixou menos cansados, começamos a procurar-nos e entendemo-nos bem. Ainda não conseguimos tudo, mas a falar tudo se resolve e nós já temos tempo para namorar ao final da noite quando elas já dormem e o que não se fez, faz-se no dia seguinte porque nós e o nosso tempo juntos são mais importantes que as m ilhares de coisas que há para fazer numa casa.

E vou já parar por aqui porque o texto já vai bastante longo, mas o mais importante é agarrarmo-nos às coisas boas que temos na vida e falarmos com quem gosta de nós (não precisa ser diretamente se não conseguirmos, basta fazer sinais ou então escrever).

Vou cada vez mais para cima e estou lá a chegar.


28 de outubro de 2022


Pinky

Quem é a Pinky?

Pois então a Pinky é o mais recente membro da nossa família.

No dia 21/09/2022 bateu-nos à porta um amigo nosso que vinha entregar a prenda do batizado da nossa Super Pinini (os papás casaram e batizaram a Super Pinini no dia 06/08/2022). Quando abrimos a porta encontramos uma cadelinha labradora, de cor preta, ui que surpresa enorme.

A pequena cadela ainda mal sabia o que era o mundo, tinha apenas 1 mês e meio e tinha largado a mãe à umas horas. Pois como era de esperar tinha medo de nós, mas tentamos aconchega-la para se sentir bem.

E a nossa Super Pinini? Ela que sempre pediu um cão, tinha algum medo da cadela recém chegada. O medo foi se dissipando mas a relação ainda não era a melhor, a nossa Super Pinini começou a ter alguns ciúmes da Pinky (nome que a mamã escolheu para a cadela), ciúmes porque até à chegada da Pinky a atenção era toda para ela e também porque tivemos que mudar alguns hábitos cá em casa, principalmente o de deixar os brinquedos espalhados pelo chão, pois a Pinky ainda é muito pequenina e só quer roer tudo.

O tempo foi passando e agora a Pinky já está connosco há praticamente um mês. A Super Pinini já gosta muito dela, adora ir passeá-la de trela à rua e já se dão muito bem. Ás vezes a Pinky vai a correr e empina-se à nossa Super Pinini e como é grande chega com as patas da frente aos ombros da nossa menina e ela assusta-se, mas diz-lhe logo “sai”.

A “Piqui” ou “Pimi” (porque a Super Pinini ainda não consegue dizer bem Pinky) já se está a habituar às rotinas da nossa casa, principalmente às horas de dormir. Gosta muito da “nossa menina” e às vezes dizemos-lhe “Pinky tens que proteger a nossa menina” e ela fica muito quieta a fixar o olhar na nossa Super Pinini.

A Super Pinini já se habituou a ela e quando chega a casa procura-a para se cumprimentarem.

Há certos momentos em que se juntam as duas contra a mamã, especialmente no que toca aos xixis. Pois é a nossa Super Pinini começou à pouco tempo o desfralde e por vezes ainda faz o seu xixi fora do sítio, isto acontece muitas vezes quando está a ver os desenhos animados na televisão e como está tão entretida esquece-se de pedir para ir fazer xixi. Também a Pinky ainda se está a habituar que não pode fazer xixi por todo o lado, mas sim onde os donos lhe disseram.

Foi um pouco difícil para os papás, pois não estavam à espera deste novo membro da família que apareceu de repente, mas com calma (que nem sempre há) e com muito amor tudo se vai resolvendo.

Será muito bom para a nossa Super Pinini e para a Pinky crescerem juntas, partilharem experiências e momentos, sempre acompanhando o desenvolvimento de cada uma, neste caso com diferença de 2 anos apenas. A nossa Super Pinini tem 2 anos e três meses e a Pinky tem 2 mezinhos.


Bem vinda à nossa família Pinky, já todos te adoramos.

Que grande aventura esta.

Voltei! Olá Expressão Musical

Voltei! Sim, voltei a dar aulas de música. Oh como eu adoro isto, as crianças, a música, tudo junto na mesma sala é ótimo.

Neste ano letivo 22/23 abracei um novo projeto de aulas de Expressão Musical desenvolvidas nas Atividades de Enriquecimento Curricular (AECS) no meu concelho. Nestas aulas tenho 7 turmas diferentes, a maior parte são de 3º e 4º ano de escolaridade mas também tenho apenas uma que junta meninos do 1º e do 2º ano. 

Tem sido um desafio incrível, sempre entre 10 a 15 alunos em cada turma, cada um com a sua personalidade, cada um com o seu gosto musical, que eu tenho que gerir da melhor forma possível. 

Trabalhamos em regime de escola pública por isso há certas regras que temos que ter em conta, como o registar as faltas dos alunos, fazer os sumário, recolher elementos para avaliação, etc. Mas sabem uma coisa, até essas regras são muito fáceis de cumprir quando fazemos aquilo que realmente gostamos.

E sim, eu gosto muito de dar aulas de música. É um trabalho que nem sempre é fácil, há todo um processo de preparação das aulas, de planificações de trabalhos que temos que realizar. Muitas vezes pensam que ser professor de música é apenas colocar uma "musiquinha" ou cantar com os alunos e pronto, mas não é nada disso. A "musiquinha" tem que se adequar às idades de cada um, e geralmente não agrada a todos (porque nem todos temos os mesmos gostos musicais). É preciso ensinar a estes alunos a verdadeira essência da música, como é que ela funciona, para que serve, o que podemos fazer com ela, tudo isto enquanto cumprimos um calendário de planificações com objetivos a alcançar.

Estas aulas começaram à cerca de um mês e tem sido uma experiência incrível, já passamos a fase de adaptação (sim, tivemos que nos adaptar todos, os alunos a mim e eu a eles), agora estamos na parte de trabalhar, descobrir novos conceitos musicais e tem corrido mesmo muito bem.

Nem todos os alunos são fáceis, cada um tem a sua personalidade e feitio, nem todos gostam das aulas da mesma forma, mas cabe me a mim resolver as situações que vão aparecendo, nem sempre se pode fazer a vontade a todos, pois à dias em que a matéria agrada a uns e noutros agrada a outros. 

Até ao momento ainda não tive nenhuma situação que não fosse possível ser resolvida na própria aula. É necessário ouvir os alunos, mesmo que a última e soberana palavra seja a minha da professora, eles também gostam de ser ouvidos, dentro dos limites que uma sala de aulas nos obriga, sempre mantendo a relação professora-aluno (não se devem misturar estes dois papéis fundamentais, pois os alunos têm que perceber quais os deveres e direitos de cada parte).

Tem sido ótimo chegar à escola e começar a ouvir chamar "professora de música" só mesmo para me cumprimentarem, ou passar pelo corredor e ver meninos e meninas a acenarem me com a mão, a chamarem-me ou até mesmo a virem direitos a mim para me dar um abraço (sim, este calor humano faz nos falta e sabe bem a todos, tanto aos que dão como aos que recebem, ainda bem que o covid nos deixou voltar a ter estas manifestações de carinho).

Mas não sou apenas professora de música nas AECS. No início deste mês de Outubro atirei-me de cabeça para um novo projeto, ui e que projeto, aulas de Expressão Musical numa entidade privada, com alunos desde os 5 meses até aos 6 anos.

Meu Deus, que diferenças de idades tão grande. Bem, trabalhar com os alunos do pré-escolar (3 a 6 anos) é mais fácil para mim porque trabalhei durante três anos com estas idades e já tenho uma bagagem suficiente para me deixar tranquila. Mas e os outros? Nunca trabalhei com creche, nem muito menos com berçário. Tem sido difícil arranjar formas e atividades para trabalhar com eles, porque enquanto para as outras idades eu já tinha bastante material, para estas idades não tenho mesmo nada, a única coisa que tenho é uma filha de dois anos que me dá uma grande ajuda a perceber as fases dos bebés, o que conseguem fazer em cada idade, pelas quais ela já passou.

São aulas no concelho vizinho e são oito turmas, duas de berçário, três de creche e também três de pré-escolar que estão dividas por idades, que começando nos mais pequeninos vão aumentando até aos mais crescidos. Desde o início que fui muito bem recebido por toda a direção e pelas colegas (educadoras e auxiliares) que me colocaram logo à vontade e isso fez-me sentir como parte da equipa.

Ainda está muito no início mas estou a adorar esta nova aventura da minha vida profissional.

Para além destas duas grandes atividades profissionais, dou também aulas de música individuais e em grupo, na minha terra. E desde junho deste ano que comecei, juntamente com o meu marido (também ele músico amador) a dar aulas de música numa banda filarmónica de um concelho vizinho. Estas aulas são muito diferentes das anteriores, aqui temos um grande objetivo que é a progressão e continuidade da banda filarmónica, por isso o nosso trabalho é ensinar os alunos para que estes estejam aptos a ingressar na filarmónica. Apenas ensinamos instrumentos de sopro e percussão (os habituais numa filarmónica), iniciação e formação musical e também solfejo. Aqui as idades são mais complicadas, pois podem ir desde os 6 anos até sem limite de idade (tanto podemos ter crianças, como adolescentes ou até mesmo adultos), neste momento apenas temos crianças e adolescentes.

É um projeto diferente mas do qual também gosto muito, foi neste tipo de aulas que me lancei há 9 anos atrás, por isso têm sempre um gostinho especial.

Mas não fico por aqui, também este mês vou recomeçar um projeto que já tinha iniciado o ano letivo passado, as explicações e acompanhamento dos trabalhos de casa. Será nos mesmos moldes do ano passado mas este ano com mais alunos, enquanto no ano passado apenas era na sede de concelho, este ano vou também para uma das freguesias uma vez por semana e mantenho cá na sede de concelho duas vezes por semana. 

No ano passado correu bastante bem e vou com expectativas de que este anos corra igual mente bem.

É uma coisa diferente mas também serve para algar os meus conhecimentos e técnicas e para sair um bocadinho da área da música, o que só me faz bem.

E pronto é assim a minha vida neste momento, uma professora de música com vários alunos de todas as idades e que adora aquilo que faz!

Pela minha família… Onde o amor cura

Hoje estou a escrever na sala, sozinha porque cada um dos meus amores está nos seus “trabalhos”. Estive mesmo lá em baixo e durante muito te...