Por ti, por mim, por nós

Há novidades, acho que boas. Hoje escrevo aqui na sal, com a minha filha no colo, muita luz e bonecos na televisão. O meu marido ainda está a trabalhar, mas estamos a trocar mensagens. Já não me escondo, não estou às escuras, nem sozinha. Isso é uma vitória, certo?
Pequenos passos, mas grandes conquistas para mim.
Isto tudo, mas mesmo tudo, devo-o a ele, sim ao meu marido, meu melhor amigo, meu companheiro, meu confidente, meu apoio, meu mais que tudo. Ele tem me puxado sempre e muitas vezes nem me deixa cair.
Opa nunca vou conseguir retribuir nem metade do que ele fez por mim nem faze-lo feliz. Mas estou a tentar, juro que estou mesmo a tentar. Eles os dois são a melhor coisa da minha vida e estou a dar o meu melhor para que eles estejam bem e quando eu conseguir, vou faze-los felizes.
E ela? Ela é a luz dos meus olhos, linda, simpática, mas com uma grande personalidade. Esta personalidade que a faz chegar da escola sempre com queixas de mau comportamento. Para já não é nada de mais, é porque não gosta de estar quieta e nem sossegada. Não bate, nem faz mal a ninguém. o que já é bom. Às vezes não gosto de ouvir dizer que ela ficou de castigo, depois faz-me confusão "a filha da professora" portar-se mal, e eu que trabalho com crianças com a mesma idade, mas pronto.
E o meu trabalho? Há coisas que estão a correr bem outras mais ou menos, para já ainda gosto daquilo que faço, esperemos que assim continue.
Tenho um problema que me tem feito ir para baixo mais vezes, este problema chama-se conduzir. Opa a serio, não consigo voltar a conduzir, não sei porquê mas não consigo… já vou sozinha muito de vez em quando mas preciso de me deslocar todos os dias para o trabalho. Quando entro no carro começo a tremer, a cabeça numa confusão de stress, às vezes choro e muito, não consigo controlar este medo, e o pior é que todos "gozam" comigo, não entendem o meu medo, desvalorizam e ridicularizam e isso deixa-me tão, mas tão mal. Acreditem que se eu conseguisse eu conduzia mais. Ele sim ele, parou de gozar comigo, respeitou e não forçou, por ele, consegui ir uma vez sozinha, mas claro que ele teve que ir ao telemóvel comigo, porquê? nem sei, talvez porque ele transmite-me calma, confiança e segurança. Ele é tudo para mim. Ao telefone perguntei-lhe se ia bem, é claro que ele não sabia, nem me estava a ver, mas disse "claro que vais bem" e nem sabe o que isso significou para mim, mais do que a minha vida. Opa ele é perfeito, é especial, é tudo.
Tenho deixado algumas coisas para trás, por falta de tempo e por ter muito trabalho. E sabem o que fica para trás? A minha casa. Pois é, está suja, desarrumada e toda bagunçada. Passo muito tempo a preparar as aulas e a dar as mesmas, no tempo que sobra é fazer o jantar e passar um tempinho com a pequena e com o marido.
Também acho que o estou a deixar a ele para trás, estou tão focada em mim (egocêntrica) em não cair, que o tenho deixado para trás, sim porque ele também há de precisar de mim, se é que eu sirvo para alguma coisa, nem sei.
Bem, não sei o que fazer. Da nossa família só falta falar da minha/nossa pinky, reguila, fofa e muito gulosa. Gostava de ter mais tempo para ela mas não consigo.
E pronto, graças a ele, acho que estou a melhorar.
Obrigado por tudo m eu amo!
Amo-te muito…
Amo-vos muito…

CVG
16/11/2023

Eu tentei

Eu estou a tentar, juro que estou a tentar.
Estou a tentar ser melhor mãe, melhor esposa, melhor profissional. Mas nada está a resultar.
Tem me custado muito os últimos dias em que tentei mudar várias coisa, sobretudo aqui em casa e não me parece que tenham resultado. Até há dias que sim, mas coisas estão bem e tudo funciona, mas há outros dias que não. Já nem sei mais o que faze, pensar ou dizer. 
Adotei uma forma diferente de lidar com a minha filha sem castigos, sem bater e com menos gritos de amas as partes. Quando estamos sozinhas resulta bem, tento e esforço-me para a ouvir e perceber o que quer, mas quando não estamos as duas è bem pior, eu tento fazer o mesmo mas ela reage de outra forma. E quando está o paio, ainda pior parece que se revolta contra mim. Sei bem que é apenas uma criança ainda muito pequenina e que até gosta de mim pelas atitudes de afeto que tem comigo, mas algumas coisas doem muito. Ela não me quer a brincar com ela e com o pai… Eu dizer-lhe uma palavra fofinha e ela gritar comigo… Até pode estar zangada com outra coisa mas isto dói e muito, logo agora que tentei mudar as coisas. 
E ele? Ele é mais velho e as coisas são iguais. Tentei ser melhor esposa, fazer-lhe as vontades todas e até deixar de ser resmungona e chata. E nem nada do outro lado. Bem tento mas há coisas que me irritam tanto mas tanto e eu já nem digo nada. Enfim…
Já me perguntei porque é que faço tudo por eles, dedico todo o meu tempo livre para eles e nada diretamente para mim. O que é certo é que me sinto bem a fazer coisas para eles os dois, isso chega para mim. Só queria compreensão e ajuda, valorização e atenção. Dar presentes não serve pra nada quando falta o resto.
Se fosse no passado já tinha chorado rios de lágrimas por causa do trabalho e os novos desafios. Mas o presente é diferente, um presente que coloca a família em primeiro lugar, um presente que está a aprender a viver e a tentar mudar.
Estas mudanças mão sabemos se são para melhor ou não, vamos descobrir isso com o tempo.
Nunca fui boa dona de casa e sou muito preguiçosa para fazer as coisas, tenho tudo bastante desarrumado mas à limites para o caos.
Tenho dedicado algum tempo ao trabalho mas tenho me esforçado tanto para os compensar aqui em casa. Tenho dado mesmo tudo de mim por eles, até mesmo, neste meu problema eu me tenho esforçado por eles e por mim, raramente fui lá a baixo, tenho me agarrado com todo a força aqui e quero continuar assim.
Tenho dado tudo de mim, o que posso e o que não posso por eles, bastava só um bocadinho de valorização.
A mãe, a esposa, a dona de casa, a professora, a pessoa, eu não sou de ferro.

CVG
25/09/2023

Férias... Ai as férias

Tenho tanta coisa para escrever que nem sei por onde começar.
Bem, vou começar pelo mais importante e não pelo início. O melhor das minhas férias foi a minha recuperação estou quase no fim e ainda não me fui a baixo lá muitas vezes, nem muito grave. Tentei estar sempre ocupada e bem disposta, nem sempre foi possível mas não foi mau. Depois passei todas as férias do Luís com ele e com a nossa filha, estivemos sempre os 3 praticamente. Conseguimos limpara a nossa casa toda e temos a nossa sala praticamente pronta, com moveis novos e tudo. Faltam algumas coisas ainda na nossa casa, mas a pouco e pouco vamos conseguindo.
Fomos de férias os 3 para Portimão, soube bem descansarmos, ou melhor, sair da rotina porque descansar foi pouco, aproveitamos ao máximo, ou quase. E se vos disser que as minhas férias na praia foram recheadas de peripécias ninguém acredita. Bem, primeiro o pior foi que no segundo dia cai até lá ao fundo, pois foi, até mesmo de férias, estive mais ou menos chorava, passava, ia à praia, chorava, até que escrevi, pedi desculpa aos meus amores e passou. Num dos dias perdemos o "Coco" um doudou que a minha filha tem desde que nasceu e é com a única coisa que dorme, perdemo-lo por volta da hora de almoço e só demos conta à noite, graças a deus viemos a encontra-lo em cima das escovas traseiras de um carro que estava estacionado perto do nosso apartamento, alguém o apanhou o chão e colocou lá em cima. Ainda há boas pessoas.
Mesmo logo no dia seguinte estava eu dentro de água quando veio uma onda enorme que me derrubou e me levou os meus óculos, sim os meus óculos, sai da água em pânico sem ver nada, só chorava, o Luís levou-me logo ao centro comercial para resolvermos a situação. Depois de esperar, consultas, diagnósticos e Ops as minhas lentes são feitas À medida devido à falta de vista e levam 8 dias a chegar, por essa altura já não estávamos lá, então o Luís, como sempre, resolveu a situação, encomendou-os e pediu para os entregarem na loja de Évora, ele é o máximo. Entretanto deram-me umas lentes de contacto com a minha graduação mais ou menos, com as quais estou agora a escrever. Dá para ver com elas mas as coisas estão um pouco desfocadas, sem desespero, os meus óculos estão a chegar. Hoje ainda nem uma semana passou, riu me desta situação e ri-me quase sempre, porque o Luís foi perfeito, foi incansável, tornou tudo mais fácil, isto que para mim dava para ter ido ao fundo mesmo, não caí sequer graças a ele.
Entretanto tivemos companhia nas férias, perdemos um brinco da iris, mas já compramos outros, perdemos uma peça do puzzle da bluey mas não há de ser nada.
Bem e hoje estamos em casa as duas, eu e a minha filha, o Luís já começou a trabalhar, tem menos férias que eu, bem eu nem férias tenho, porque quando não dou aulas não recebo dinheiro, é como se não estivesse a fazer nada.
Custou-me um bocadinho quando acordei e o Luís já não estava aqui, mas como ele diz, não é bom  ir trabalhar, mas ainda bem que vai porque é sinal que tem trabalho e ordenado no final do mês. Ele que é uma força da natureza, que vê sempre o copo meio cheio em vez de meio vazio.
Para os próximos dias calma e tranquilidade, arranjar sempre algo para fazer mesmo não vendo a 100% mas não desistir nunca. Com os óculos já posso andar melhor, começar a preparar o novo ano letivo com novos desafios profissionais e com os mesmos do anos passado. Seguir em frente e lutar, lutar sempre, sem desistir e mesmo quando tiver que cair, que me saiba agarrar a quem me faz bem e gosta de mim.
A ti Luís por tudo o que fizeste por mim obrigado. 
Obrigado também aqueles que estão comigo, no nosso 1º aniversário de casamento prepararam-nos uma grande festa. Obrigado de coração. Também eu estarei cá para vocês sempre que conseguir.
Tenho uma família e uns amigos fantásticos.
A todos vós só agradeço de coração.


CVG
19/08/2023

Dias atribulados

Mesmo, estes últimos dias têm sido completamente atribulados, altos e baixos, coisas boas e coisas más e claro sempre com choro.
Choro porque estou feliz, choro porque estou triste, porque estou stressada, porque estou enervada, choro, choro, por tudo e por nada.
Bem tudo começou nas últimas semanas do mês de junho, quando há vários desafios a nível profissional. Ora bem, final de junho notas das AECS para lançar (100 alunos), relatórios (7 turmas) para fazer e na última semana umas aulas diferentes para preparar, trabalhos dos miúdos para entrega, sim 100 pastinhas feitas com os trabalhos de todos. E já não bastava? Pois claro que não. Toda a festa de final de ano de berçário, creche e jardim de infância de Borba, mais 8 salas com cerca de 150 crianças, cada sala com a sua atuação, a sua música, que tive que ser eu a arranjar, ainda para mais fui quatro dias dar aulas em vez de um, como costume. Todas as músicas foram mexidas, cortadas, aumentadas (falamos em segundos, milésimos de segundos) tudo tinha que bater certo para nada falhar, nem tão pouco se notar. Cereja no topo do bolo fui eu a escolhida para ser o narrador da festa (da encenação dos miúdos). Mal ensaiei com eles e correu super mal no final.
Tudo junto, imaginam como ando, com os nervos à flor da pele.
Agora juntem ainda que na sexta-feira (último dia de AECS e ensaio, e o dia antes da festa de borba), deixei de ouvir a 100% do ouvido direito. Foi só das piores coisas que já me aconteceu na vida. Só conseguia ouvir como se estivesse dentro de água, até ouvia mais ou menos as pessoas mas a mim não me entendia. Foi mesmo mau e claro que eu entrei em pânico e só chorava, pode ter sido por mil e uma razão, até mesmo o excesso de stress, a sorte é que no final do dia de sexta-feira um espetacular enfermeiro conseguiu resolver-me o problema.
Passou tudo a tempo da festa, mas foi uma sensação horrível de impotência, sem poder fazer nada, e não ouvir é mesmo muito mau.
Bem, mas graças a deus passou, mas o meu nível de inquietação nem por isso. Deixei as coisas que podia para a semana seguinte para não sobrecarregar mais a outra. Nas aulas em Sousel ficámos à espera de uma audição de final de ano letivo e nada, depois tem sido tarde de mais para resolver. Ainda não resolvi mas não sei como o fazer.
O nosso grupo dos kalipolemusic estava a dar problemas porque aceitavam-se serviços e à própria da hora alguns elementos diziam que não podiam ir, foi também nessa semana a reunião de decidir se o grupo avançava ou não. Mil e um stress.
Há pois ainda nessa semana tive que enviar o convite de aniversário da Iris para a escola dela e foi também no final da semana (sábado) a festinha de final de ano dela. Opah esteve mesmo linda, fez ginástica e dançou tão bem, foi linda e já finalista de creche, ai o tempo passa tão rápido e nós nem damos conta.
Há mais boas notícias, esta semana fomos à reunião das AECS e disseram que o ano letivo correu muito bem e quem quisesse podia continuar, e claro que eu vou continuar. No final da reunião a vereadora da câmara pediu-me para ir hoje alar com ela para dar aulas de música nos jardins de infância do concelho, disse que sim e nem pensei bem, aceitei logo, já tinha tentado tanto ir para lá que foi mesmo bom, serão 3 turmas em Vila Viçosa, 1 em Pardais, 1 em São Romão e 1 ou 2 em Bencatel. Será bom mas muito difícil, ainda mais crianças.
E pronto, sempre que vem uma coisa, boa, vem uma má, as coisas cá em casa têm estado complicadas e sem paciência uns para os outros, obras que nunca chegam a ficar prontas, casa desarrumada e suja mesmo, falta de apoio e várias brigas de nada. Ele tem feito um esforço enorme para me aturar mas não é capaz de compreender algumas situações por onde passo, não consegue perceber que uma pequena e mínima falha é um grande buraco na minha autoestima e tenho me ido a baixo, Ele já lá me foi buscar várias vezes e levanta-me, mas às vezes goza-me e isso então é mesmo desesperante.
A menina esta prestes a fazer 3 anos e ando numa pilha de nervos por causa da festa.
E outra vez a desabafar com o papel (já são menos vezes)

CVG
11/07/2023

Hoje sinto-me sozinha!

Opah que treta, sinto-me novamente sozinha, mas porquê?
Hoje é o dia da família e eu estou em casa, a escrever sozinha, enquanto a Iris dorme no quarto, o Luís foi trabalhar.
Queria estar a passear com eles os dois, aproveitar este dia, que dizem ser o dia da família. Tenho imensas coisas para fazer em casa, lavar, arrumar, etc., sempre a mesma coisa e sou sempre eu a fazer tudo. Sinto-me cansada desta casa, sinto-me cansada de fazer tudo sozinha e ter que levar o "barco" sozinha para a frente.
A Iris tem andado sempre a portar-se mal, tem feito muitas birras, bate nas pessoas e nos amigos, atira com tudo, tem um mau feitio e é má. Mas onde é que eu estou a errar? O que é que eu estou a fazer de mal? Sinto-me tão má mãe, parece que estou a fazer tudo mal, ela é má e mal educada e a culpa é minha, sou eu que não a sei educar, sou eu que tenho estado a falhar como mãe. 
Queria que algumas coisas mudassem comigo. Gostava de ter um emprego onde ganhasse mais dinheiro, mas também gosto muito daquilo que faço, embora seja cansativo. Também gostava que a minha filha tivesse outro comportamento e par isso sou eu mesma que vou ter que mudar a minha maneira de ser e a minha forma de a educar, mais paciente e não lhe posso bater tanto, por favor preciso de ajuda. A outra coisa da qual eu gostava de mudar é a minha casa, está sempre tão desarrumada e suja, gostava de a limpar a fundo e torna-la funcional, tenho obras aqui dentro à mais de um ano, e estou a chegar ao limite, não consigo colocar a máquina da roupa a lavar, tenho pó por todo o lado, tenho metade da casa aberta, ah e uma cadela a ladrar e a sujar tudo. Esta também porta-se tão mal, morde-me, suja tudo, dá cabo do quintal, roí-me os móveis, tudo, tudo.
Como é que as coisas podem ficar melhores?
Hoje fiquei tão triste porque o Luís teve que ir fazer um dia a mais no trabalho e deixou-me aqui sozinha. Sei que estou a ser má, mas bolas, já não basta os fins-de-semana que lhe calham mesmo, se não agora também ter que ir nos que não lhe calham. Fiquei mesmo triste.
Bem já chega de escrever, vou ter que ir arrumar a casa, já não posso escrever mais.
Ha-de ficar tudo bem.


Cláudia

14/05/2023

Parece que as coisas estão a mudar

 Já não sei mais o que pensar, nem o que fazer. Parece que as coisas estão todas a mudar à minha volta, parece que não consigo mais controlar nada.
As coisas mudaram comigo, estou diferente, mais amarga e menos tolerante, mas só aqui em casa. Posso atribuir a culpa outra vez ao stress ou ao cansaço? ou apenas ao facto de ter deixado de agradar a todos e começar a ser verdadeiramente eu? Não sei.
Deixei de achar que a culpa é sempre minha, mesmo que até seja. Há mais gente aqui em casa.
Apetece-me falar tudo, sem rodeios, cada coisa com o seu nome, tudo bem escrito, mas… (há sempre um mas), mas não tenho coragem. Não tenho coragem para falar, nem se quer para escrever o que eu sinto e o que eu acho. Se escrever tudo sei que posso magoar quem for ler, por isso ainda continuo a preferir magoar-me a mim.
Não sei como dizer isto com mais rodeios mas as coisas cá em casa ultimamente têm sido mais difíceis para mim, deixei de tolerar coisas que até aqui engolia para que tudo estivesse bem, mas agora não. Dou muita e cada vez mais importância às pessoas que estão à volta da minha casa, não suporto mais o desmazelo e os comentários que vêm de fora. As coisas estão a mudar. E agora? 
Aqui em casa tem sido uma complicação, educar a iris não tem sido fácil, agora imaginem a mãe e o pai um para cada lado, um diz uma coisa e outro diz outra. Onde começa tudo a falhar é entre nós os dois, nada de falar, nada de ouvir, nada de nada (e ficamos por aqui).
Leva-me a passear, compra-me presentes e faz-me as vontades todas. Isso só não devia ser suficiente? Claro mas continuo a … E o resto não faz falta? Não consigo falar ultimamente, fico ali a olhar, a chorar, e porra que nem uma palavra consigo tirar por esta boca, isto não é normal, é só estupido. Mas porque raio não consigo eu falar com ele sobre isto? Que parvoíce. 
Os últimos dias têm sido muito difíceis e eu já não sei se consigo chorar mais. Há dois dias atrás dormi no sofá, sim no sofá, foi a primeira vez que isso aconteceu nestes quatro anos em que vivemos juntos, ainda nunca tínhamos dormido separados. Se custou? A mim nem queiram saber, chorei a noite toda e quando parava de chorar ia ao telemóvel. Do outro lado sinceramente acho que não custou. E eu continuo aqui a chorar agarrada a uma folha e uma caneta.
Nunca mas nunca ponho em causa o que sito por ele mas as coisas estão a mudar.
Amo-o como no primeiro  dia, ou se calhar ainda mais. Mas às vezes preciso de me afastar, não sei porque sinto essa necessidade, talvez para não chorar mais.
Podem me ajudar por favor.
Falem com ele e digam-lhe isto tudo mas sem os rodeios que estão aqui, falem vocês porque eu não consigo.
Agora estamos de novo de costas voltadas, eu já nem sei se estou zangada ou só triste com as últimas atitudes, ele não sei, parece estar bem. O que é certo é que me apetecia estar com ele, ou ter só um miminho ou uma conversa (sem ser trabalho) e o que é certo é que está cada um para seu lado e eu mais uma vez não consigo parar de chorar.
Preciso de ajuda!


CVG

19/04/2023

Estou cansada

    Hoje estou cansada de pedir atenção, de pedir ajuda, de trabalhar, de ser mãe, de ser dona de casa, de tudo, cansada de me sentir sozinha e desamparada.
    As últimas semanas não foram nada fáceis, muito trabalho nas escola, avaliações, relatórios, trabalhos que terminaram, muito cansaço.
    Em casa não tem sido melhor, todos os fins-de-semana, obras, mudanças, remodelações, roupa para lavar, loiça também, todos os dias o jantar pronto na mesa, sinto-me cansada.
    A menina também não é fácil, muita fofura mas muitas birras, cada vez mais birras. Tento fazer tudo para a agradar, convencer de outra forma mas não tem sido fácil. Estou cansada.
    Como é que nos livramos de uma coisa da qual gostamos mas que nos faz mal? Isto também me cansa e leva à exaustão. Já passei pelo mesmo à um ano atrás e felizmente esse acabou, mas voltou outro. Um trabalho não remunerado, o qual sempre foi o meu sonho, mas tudo às minhas custas. Só me trás chatices e muito trabalho. Se quero faço mas nada de reconhecimento, se correr bem - "boa, que bela instituição", se correr mal - "devias ter feito melhor ou de outra forma para correr bem". Não há apoio, admiração ou reconhecimento, só há derrota e fracasso. Não posso contar com ninguém. Estou cansada. Não posso gostar tanto de uma coisa que me faz tão mal.
    Sinto-me cada vez mais cansada. Já não vou tendo forças para nada, restam-me poucos sonhos que vou lutando por eles sozinha.
    Tenho ajuda sim. Ele faz-me as vontades todas, limpa e arruma tudo o que eu não faço. Faz tudo o que eu quero mas não está aqui. Faz-me as vontades todas mas estou sozinha. Faz porque eu não faço e deveria ser eu a  fazer.
    Sinto-me cansada. Sinto-me sozinha. Hoje caí um bocadinho e tive que ser eu sozinha a levantar-me, custo ainda mais, não sei se por não me saber levantar, se por estar sozinha, sem ajuda, sem apoio, sem atenção.
    Sou chata, tenho mau feitio e não sou boa pessoa. Só penso em mim, nas minhas "parvoíces" e em mais nada. Não mereço mais do que isto. Não mereço mais atenção. Sou mimada e egocêntrica. Ciumenta e egoísta. Preguiçosa e com mau feitio. Custa mas é a verdade. Uma pessoa assim não merece nem deve pedir mais.
    Se não sou boa pessoa para os outros, os outros também não terão de o ser para mim.
    Vou ficando assim, caiu e tento levantar-me. Continuo cada vez mais cansada, mas não posso desistir, não posso cair outra vez até ao fundo, não quero.
    Vou-me agarrando às pequenas coisas boas da vida, aos poucos sonhos que me restam, tentar aguentar-me por onde conseguir mas sem cair. Suportar o cansaço e aprender a viver com ele.
    Haverão dias piores, mas também haverão dias melhores.


Cláudia VG

3/4/2023


Outro bebé?

Mas afinal qual será a melhor altura para ter outro filho? Quando o primeiro ainda é pequeno ou quando ele crescer?
Ultimamente tenho pensado muito na ideia de voltar a ter outro filho. Já falei com o meu marido, nem sei bem o que ele acha da ideia, perguntei-lhe se estava na hora de dar um irmão à nossa menina e ele respondeu "se quisermos é hora" e "é boa hora quando nós quisermos que seja", mas afinal quer ou não? É hora agora ou não?
Bem, nem sempre consigo entende-lo, até porque eu própria não me consigo explicar lá muito bem. Tento dar-lhe a entender com rodeios, mas não é fácil.
Escrevo aqui agora, com todas as letras e sem rodeios (talvez ele venha a ler isto).
Quero muito ter outro filho, mas… Há tantos mas…
1º - Será que ele também quer ter outro filho? Não sei, mas também não sei responder a isso agora.
2º- A nossa menina. Será que ela quer? Como é que ela irá reagir a isto tudo? Sei bem que o amor se multiplica e que irá certamente haver amor suficiente, mas e o tempo? Continua a haver apenas 24 horas no dia e não chegam para tudo. E as nossas coisas? Haverá cada vez mais roupa para lavar, coisas sujas, cozinhar para mais e muito pouco espaço em nossa casa. Não conseguimos fazer outro quarto.
3º - E o meu emprego ou como se chama aquilo. Finalmente faço aquilo que gosto e não queria mesmo parar. Adoro dar aulas e mesmo que não parasse já, teria de parar depois dos 5 meses em casa quando o bebé nascesse. Se calhar tenho mais medo porque quando fiquei grávida da minha filha perdi muita coisa, perdi quase tudo a nível profissional. Emprego, hobbie, tudo. Vá lá também um pouco devido à pandemia que fez parar tudo. Mas não estou pronta para perder tudo novamente.
Umas das coisas que me deixa um pouco mais em baixo e da qual eu não gosto mesmo nada de falar é da minha saúde, em relação a isto tudo e ao resto. Pois porque quando era nova tive um quisto no ovário direito e este teve que ser totalmente retirado. Engravidar da minha filha foi bastante simples mesmo apenas com um ovário só. O problema é que com ela nasceu também outro quisto no ovário que restava, desta vez e para não me tirarem as hipóteses de voltar a ser mãe só me retiraram metade do ovário o que me dá meia possibilidade de engravidar. Não tenho medo, mesmo sabendo que pode ser difícil, só que ultimamente tenho tido mais dores do que o costume. Lembro-me muitas vezes das palavras do médico que me viu depois da operação e que me perguntou se eu queria ter mais filhos, quando disse que sim, ele disse para não me demorar muito. Estas palavras têm andado a voar sobre a minha cabeça ultimamente, já lá vão 2 anos desde a operação, será já muito tempo? Posso esperar mais ou já vou atrasada?
Pronto já não quero falar mais sobre isto.
Falo de outra coisa, pior ou melhor, não sei. É o meu estado de espírito. De vez em quando fico triste, com recaídas, cada vez mais frequentes. E se fico assim com mais um bebé ou ainda pior?
Tenho tanto medo, sei bem que ainda não saí disto completamente. 
Mais um bebé pra trazer amor a esta casa. Mais trabalho mas mais sorrisos.
Só Deus sabe o amor que tenho por esta princesa linda. Ser mãe não é nada fácil, mas não o trocaria por nada. O amor de mãe não se explica, só se sente. E quando ela diz que gosta de mim, ou me faz festinhas e dá abraços… isso é inexplicável.
Então e o resto? Não sei. Pelo menos já deu para desabafar aqui mais um pouco.
Vamos ver como corre, o tempo o dirá.

05/03/2023

"A minha mãe está triste"

 Pois é, duas vezes de seguida caí, opah cai mesmo lá no fundo. Não sei o que se passou. Acho que se passa alguma coisa estranha comigo, ou melhor, eu tenho a certeza que se passa.

Passa-se alguma coisa comigo e eu preciso de ajuda. Ontem e hoje… Duas vezes… Estava bem, tudo bem e de repente, caí. 

Se se passou alguma coisa? Não. 

Fiz ou fizeram alguma coisa? Não. 

O que foi então? Nada. 

Nada? Como nada?

Pois mas é mesmo, por nada, do nada fui lá ter a baixo.

Por isso digo que não estou normal, uma pessoa normal não fica assim por nada. O que se passará comigo?

Mas mesmo depois de estar lá em baixo, sabem o que é mesmo pior? A minha família passar por isso e ver me assim. A minha filha hoje viu-me assim. Foi horrível. Ela tão querida perguntava por mim, até que me encontrou no canto escuro do quarto a chorar. Odeio que ela me veja assim mas estava tão mal que não me consegui evitar. Ela foi várias vezes ver-me e abraçar-me, deu-me beijinhos e fez-me festinhas. Só que… Morri lá mesmos no fundo quando a ouvi lá ao longe dizer ao pai "A minha mãe está triste" XXXXXXXXXXXXX

Ela só tem dois anos e meio e já entendeu isto, logo isto, a sério. O que eu chorei por causa disto, mas o que é que eu estou a fazer à minha filha? Opah ajudem-me lá. E o meu marido? É melhor nem falar. Ele que tem uma paciência gigantesca, mas mesmo grande para aturar isto que se anda a passar. Não sabe como me ajudar nem eu. Gostava de estar bem mas não sei como. Ele é tão querido comigo, faz tudo o que eu quero e peço e eu nem sei como retribuir isso tudo. Não sou boa para ele quando estou assim.

Agora tenho andado descontar vontade com a nossa casa, parece-me pequena, fria, suja. Se me pedem para arrumar passo-me mas não a quero desarrumada, mas serei normal?

Pois o problema é que vou lá ao fundo e não se passa nada. Estarei stressada? Mas em casa não estou. O que se passará comigo? Nunca passe por isto, é horrível, não ter paciência para nada, nem para a melhor família, não me apetece estar com a minha filha nem o meu marido, grito com eles por nada e zango-me. Vou-me fechando em qualquer sítio, o mais escuro possível choro, choro, choro… Não quero fazer nada, não gosto de nada, não me apetece nada.

Mas se eu os adoro porque não quero estar com eles?

Eles que são o melhor da minha vida.

O que sei é que não gosto de estar assim mas estou. Não se passou nada e fiquei assim.

Por amor de Deus ajudem-me que eu não sou normal. E não sei mesmo como resolver isto. O primeiro passo já foi pedir ajuda ao meu marido e ele foi impecável. 

Agora é ir seguindo, rezando para que a minha filha nunca mais me veja assim nem que me tenha que fechar sei lá onde. Melhor era isto nunca mais acontecer.

Fé…

Um dia talvez tudo irá ficar bem.


05/02/2023

Outra vez não pode ser

Cá estou eu novamente a falar com a caneta e o papel para ver se me acalmo mais um pouco, que isto hoje não foi fácil.

Ultimamente não tenho escrito nada, nem nas folhas, nem no blog, talvez porque não tenha feito falta falar, talvez porque tenho com quem falar.

Agora vou escrever para mostrar a mim mesma as boas coisas que tenho e algumas menos boas.

Quando eu digo que não preciso de falar, não preciso mesmo, porque ultimamente tenho andado bem, e quando há uns dias menos bons já tenho com quem falar, pois é o meu marido está comigo para tudo, finalmente sou única e especial para ele e ele está cá sempre para mim. Ele ouve-me, apoia-me, atura as minhas neuras, aconselha-me, ajuda-me, ele está aqui quando preciso, entendem?

Amo-o tanto, cada vez mais, se calhar mais não, porque é impossível amá-lo ainda mais porque já o amo no máximo.

Deste amor todo nasceu a nossa menina, aluz dos nossos olhos, aquela que me faz todos os dias achar que sou a pior mãe do mundo e ao mesmo tempo acreditar que tudo vale a pena.

Ela consegue-me tirar do sério com tanta teimosia (igualzinha à mãe) mas ao mesmo tempo consegue-me fazer a mulher mais feliz do mundo. Vivo para a fazer feliz e por ela faço tudo, tudo, tudo.

Neste momento já não sei se choro de raiva ou de alegria, enfim… É verdade que não têm sido dias fáceis mas o que é certo é que eu tenho a melhor família do mundo e nós os 3 juntos conseguimos tudo.

Se calhar não conseguimos. Já não sei nada. Só sei que os amo a cima de tudo.

Iniciámos um pouco mal o nosso novo ano, por causa da nossa casa. As obras ainda cá estão e o inverno não perdoa. Tem chovido muito e há água por todos os lados. A parte das obras está aberta e por isso entra muito frio. Pois é a humidade está por todo o lado, nas roupas, nos brinquedos da menina, na nossa saúde, em todo o lado. O frio também faz das suas, temos que estar sempre em cima dos aquecedores. Isto faz nos mal à saúde. Não está a ser fácil superar isto.

Mesmo em casa não sei fazer grande coisa e sou muito preguiçosa, ou sei lá, não faço nada porque eu acho que não está assim tão mau mas está mesmo.

Acho que tenho deixado a minha casa e a minha família para trás por causa do trabalho. Pois é, tenho me dedicado ao meu trabalho com toda alma porque finalmente estou a fazer aquilo que gosto, dar aulas de música a crianças, poder trabalhar com esta faixa etária é lindo, e eu que trabalho com idades desde os 4 meses até aos 10 anos é muito bom, mas também muito exigente pois é uma grande diversidade de idades.

Enquanto escrevo percebo que o que me tenta derrubar é tão pouco comparado com o que me faz mais forte.

A minha pequena e linda família está no topo das minhas prioridades e o meu trabalho está logo a seguir.

Se consigo conciliar tudo? provavelmente não, porque até agora não consegui, mas estou a tentar, só não posso parar agora.

Problemas familiares e profissionais sempre terei só não sei ainda bem como lidar com eles, especialmente aqueles que aparecem sabe-se lá de onde.

Vá lá, com calma e amor, vamos conseguir. Ir para baixo já não é uma hipótese, nem uma opção se quer. Bora, bora, bora.

Os meus alunos gostam de mim pelos abraços que me dão. Em Borba pedem-me mais coisas para fazer e os chefes oferecem-me prendas. Em Bencatel e Vila Viçosa já dizem o que gostam e mostram com abraços. No “+Sucesso” pedem aos pais para não os ir buscar mais cedo para poderem ficar até ao fim.

A minha filha está contente e feliz e é esse o meu papel, às vezes dá me carinhos grandes e diz que gosta de mim. O meu marido ama-me tanto como eu a ele e estamos a dar-nos tão bem, ele compreende-me muito bem. O resto, é só o resto.

Se isto não é amor, digam-me lá o que é.


08/01/2023

Pela minha família… Onde o amor cura

Hoje estou a escrever na sala, sozinha porque cada um dos meus amores está nos seus “trabalhos”. Estive mesmo lá em baixo e durante muito te...