Mural "Os nossos gostos Musicais"

O início do ano lectivo é sempre um tempo de descobertas, tanto para a professora que recebe novos alunos, como para os alunos que têm uma nova aula e uma nova professora ou apenas revêm a antiga.

Fazemos apresentações, cantamos canções com os nossos nomes, fazemos jogos de identificação pessoal, mas é uma aula de educação musical portanto é preciso conhecer a parte musical de cada criança... ah pois!

A identificação musical é tão importante como a identificação pessoal. E agora como arranjamos uma forma divertida de ficar a conhecer as nossas musicas preferidas?

A professora teve a ideia de criarmos um Mural que é um quadro que contém muitas informações, e demos-lhe o nome: "Os nossos gostos musicais".

Neste mural cada aluno desenhou, escreveu, pintou, etc., a sua música preferida. Depois todos ouvimos as músicas dos colegas, ficamos a conhecer o seu nome, quem a canta, quem a compôs e qual o seu género musical... foi bastante divertido!

As músicas preferidas dos meninos do pré-escolar baseavam-se muito nos desenhos animados, entre as mais escolhidas apareciam: "Pjmasks", "Frozen", "Ladybug", entre outras. Já os alunos mais velhos do CATL preferem as "músicas da moda" (como eles lhe gostam de chamar), gostam do estilo Reggaeton, Pop latino, Freestyle... e entre as suas músicas preferidas destacam-se: "Despacito", "Você partiu meu coração", "Amor não tem idade", entre muitas outras.

Esta atividade foi realizada entre 22 e 24 de Outubro/18 e aprendemos todos bastantes coisas com ela... A professora ficou a conhecer os gostos musicais de cada um e pode explora-los mais vezes nas aulas. Os alunos ficaram também a conhecer as músicas preferidas dos colegas e viram como os gostos podem ser diferentes e temos que saber aceitá-los, aprenderam também estilos e géneros musicais que não conheciam.

Ah e ainda ouvem um tempinho para cantarem as suas musicas preferidas.

Os meus pequenos grandes músicos

"De pequenino se torce o pepino", é uma expressão muito utilizada na minha terra mostrando que é desde pequeno que se começa a aprender aquilo que gostamos. 

E na Escola de Música "Pequenas Estrelas Também Brilham" da Banda Filarmónica União Calipolense, nós utilizamos bem esta expressão, para além das várias etapas que temos, nas aulas de música para crianças (com idades compreendidas entre os 4 e os 6 anos) formamos uma mini banda. Pois é, os nossos alunos mais pequeninos fardaram-se a rigor tal como a banda filarmónica e subiram ao coreto onde mostraram aquilo que já conseguem tocar nos seus instrumentos, ah pois.. e como eles dizem "já tocam instrumentos de meninos grandes", estando distribuídos pela requinta (clarinete em mi bemol) e pelo trompete.

Levamos estantes como na banda, só que as nossas partituras são bem mais giras, cada nota tem uma cor e/ou símbolo diferente para que todos as conheçam bem e as posições do instrumento estão desenhadas nas respetivas notas, mas alguns fazem batotice e imitam os dedos da professora ahahah... Com algum esforço e dedicação por parte de todos conseguimos apresentar a música "Brilha brilha estrelinha" que eu escolhi para ser o hino da nossa escola de música, uma vez que o nome do projecto é "Pequenas Estrelas Também Brilham".

Foi um máximo, todos adoram (público e músicos), as palmas e o entusiasmo de tocar para as pessoas invadiu o coraçãozinho dos meus pequenos grandes músicos e já repetimos várias vezes esta atuação em festas da banda e de natal e obtivemos sempre o mesmo apreço por parte do público.

É maravilhoso trabalhar a música de forma mais séria, pois realizar um concerto (ainda que pequeno) é muito importante e de responsabilidade, mas com crianças torna-se tudo tão mais divertido, as notas ganham bonecos, símbolos, cores e toda a música torna-se ainda mais bonita e especial.

Festa de Natal

A festa de Natal da nossa escola foi no dia 15 de Dezembro, como sempre as educadoras escolhem um tema e para a festa e cada turma elabora a sua atuação dentro do tema escolhido.

O tema este ano foi "O Natal nas Asas do Arco-íris"... pois com um tema assim foi logo uma azafama para arranjar uma atuação, ainda para mais as minhas aulas de Educação Musical são constituídas por duas turmas de pré-escolar, a primeira dos 3 e 4 anos (17 alunos) e a outra dos 4 e 5 anos (14 alunos), mais duas de CATL, uma com meninos do 1º e 2º da primária e a outra com meninos do 3º e 4º.

O desespero aumentou quando me foi pedido para fazer apenas uma atuação, pois a escola tem muitas turmas o que torna a festa mais enfadonha. Então na "Atuação da Prof de Música" (como as colegas apelidaram a minha atuação) eu tinha que colocar cerca de 40 crianças em palco, com idades compreendidas entre os 3 e os 10 anos, os mais velhos que querem mostrar o que sabem tocar e os mais novos que ainda nem tocam… Foi o desespero…

Depois de procurar músicas, temas, histórias, e uma forma de juntar este pessoal todo, decidi ser um própria a fazer a montagem da nossa música… e assim foi.

Todos juntos criamos o "Musical Natal Embrulhado" (ideia retirada da net), com os alunos do pré-escolar coreografamos e cantamos a música "O Pai Natal está a chegar" (da Edições Convite à Música) enquanto isto os alunos do CATL faziam caras de aborrecimento, mas logo de seguida ouviu-se uma fita magnética virar e começou a música "Música de Natal 2015" (da Rádio Comercial) que foi a escolhida pelos alunos mais velhos, estes cantaram e acompanharam a coreografia com instrumentos Orff. No final desta música ouviu-se: "O Natal é sinónimo de paz e união, podes não gostar da música dos outros mas haverá uma especial que toca em todos os corações", posto isto tocam vários guizos e surge a música "Presente de Natal" onde todos os alunos (grandes e pequenos) se juntaram, cantaram e mostraram que mesmo com os gostos musicais diferentes há sempre uma música que nos une, e foi com este espírito de união e amor que acabamos com um abraço a nossa atuação, que mesmo confusa no início resultou tão, mas tão bem, e o mais importante é que os meninos adoraram e divertiram-se imenso (tanto no palco como nos ensaios).

Ensinar a beleza da música

 "Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria sobre os instrumentos que fazem parte a música. Aí, encantada com a beleza da música, ela mesmo me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas . Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes." (Rubem Alves)

Sou musicóloga e professora de música há cerca de 5 anos numa banda filarmónica, onde lecciono aulas de música para bebés de 1 aos 3 anos, para crianças dos 4 anos 6 anos e depois a parti dos 6 anos sem limite de idade (onde as etapas de ensino são: iniciação e formação musical, solfejo, instrumentos de sopro e percussão e classe de conjunto).

Mas de há 1 ano para cá comecei uma grande aventura de dar aulas de Educação Musical numa instituição privada, aqui tenho 4 turmas: Pré I (3/4 anos de idade), Pré II (4/5 anos de idade), CATL I (1º/2º de escolaridade) e CATL II (3º/4º ano de escolaridade).

Dividir estas aulas todas pela minúscula semana e ainda conjugar com o emprego de musicologia com horário normal das 9 as 5 (como se costuma dizer na minha terra).

Trabalhar, preparar aulas, ser dona de casa e esposa... o meu dia é uma adrenalina constante mas adoro aquilo que faço.

De Senhor a Amor

Foi à praticamente dez que nos vimos pela primeira vez, recordo-me desse momento como se tivesse acontecido ontem.
Era dia de ensaio da banda filarmónica, pior que isso, era dos meus primeiros ensaios lá. No meio da balburdia que nos rodeava nem reparamos bem um no outro. Para mim era tanta gente nova, amigos (ou talvez apenas colegas) daqui, outros que vinham dali, uns que tocavam isto, outros que tocavam aquilo... tanta personalidade e feitios diferentes juntos numa sala tão pequenina e simples, cheia de cadeiras e com uma grande mesa no centro. Apresentações para cá apresentações para lá, e finalmente chegaste tu... havia qualquer coisa em ti que não te deixava ser indiferente e igual a tantos outros que lá estavam, talvez fosse o teu olhar ou a tua maneira de ser, nem sei bem, mas sei que no meio de tantas pessoas a tua presença marcou a diferença. Esta diferença era apenas para mim, porque para ti eu era apenas mais uma rapariguinha no meio de tantas outras que decidiu ir tocar para ali, mas tu já tocavas ao pé de tantas que eu era apenas mais uma colega de banda.
A banda proporcionou nos a possibilidade de nos irmos conhecendo, talvez eu tivesse deixado de ser apenas uma colega e passasse a ser uma rapariga simpática ou quem sabe já uma amiga... Mas para mim tu continuavas a ser diferente dos outros, sempre um senhor (como eu tanto tempo te tratei) com um ar de engatatão que despertava em mim ainda mais curiosidade de te conhecer melhor.
O tempo foi passando e a tua presença nos serviços da banda era importante para mim, sem me dar bem conta, eu ficava feliz quando tu ias e triste quando não ias, questionando o facto de não te terem pedido para ires ao serviço... Mas para ti eu ainda era uma amiga da banda, ou talvez já fosse mais do que isso, não sei.
Troca de mensagens entre amigos, serviços para cá e para lá, tudo fez com que nos conhecesse mos melhor... e muito melhor. Começamos a estar mais tempos juntos, a sair e sim... a namorar.
Pois é, e já nos aturamos à quatro anos, nem parece ser tanto tempo, mas já estamos juntos à quatro anos quase a saltar para os cinco... Tantos momentos que vivemos juntos (uns bons e outros menos bons), tantos obstáculos que superamos de mãos dadas, tantos passos importantes que demos em conjunto e tantos sonhos que realizamos e que continuamos a realizar, sempre a projectar um futuro juntos, onde deixa de existir o tu e o eu e passa a existir o nós.
Os grandes amores sempre existem? Talvez exista aquele que sentimos um pelo outro, um amor à base da amizade, do carinho, da entre-ajuda, da protecção, da preocupação, da alegria, de tudo. Com ele crescemos, aprendemos muitas coisas e sobretudo somos felizes... portanto acho que esse grande amor sempre existe e tu és o meu.