Um dia de cada vez

Hoje consigo perceber que estou melhor, diria que quase bem, quase porque de vez em quando ainda há certas coisinhas que me deitam para baixo.

Tenho vários empregos e todos não fazem um. Gosto daquilo que faço mas não gosto da maneira como é feito. Vou explicar! Finalmente dou aulas de música e explicações e até gosto bastante do que faço mas passo um dia/manhã todo em casa e só trabalho ao final do dia, chego a começar a trabalhar das 14h30 às 19h30 e isso é chato porque são as horas em que a minha filha sai da escolinha dela. Ela pode sair a partir das 16h que é mesmo a hora em que eu começo a trabalhar, passo o dia em casa sem ela e depois quando ela vem vou eu embora, é muito chato e depois só chego perto das 19h30 é fazer jantar, banho, etc., e aproveitamos pouco tempo juntas.

Tem sido difícil gerir estes horários e conseguir lidar emocionalmente com a situação de sair de casa quando ela vem para cá. A pouco e pouco vai indo, vou conseguindo conformar-me com a situação, mas é algo que mexe comigo e que me voltou a fazer descer mais uns degraus nesta subida até ao cimo da felicidade, só que desta vez já me sei agarrar e cair até ao fundo está completamente fora de questão.

Depois há a questão das escolhas entre a família e o emprego, já uma vez passei por isso, quando engravidei da minha filha, em que tive que escolher entre ser mãe ou a minha carreira profissional e aí nem hesitei e escolhi a minha filha, no entanto perdi toda a minha carreira profissional e estive algum tempo desempregada. De entre empregos temporários como este agora, finalmente gosto do que faço e optei por continuar profissionalmente, mesmo que isso me faça afastar e passar menos tempo com a minha filha… Parece que fiz a mesma escolha mas que desta vez escolhi ao contrário.

Não gosto de pensar que deixo a minha família para trás nem de lado mas o que é certo é que desta vez não abdiquei daquilo que realmente gosto de fazer profissionalmente, mesmo que seja por pouco tempo. E sim abdiquei um pouco da minha família, passo menos tempo com eles no final do dia mas compenso-os bastante com mimos e atenção no fim de semana. A única coisa que realmente deixei para trás e tive que escolher foi mesmo o desejo que temos de engravidar de novo. Aqui sim, tive que escolher e não foi fácil, mas escolhi adiar por mais uns mês o desejo de voltar a ser mãe em prol da minha atividade profissional, pois sei que seriam duas coisas incompatíveis para já.

Não deixo de pensar nisso nem se realmente fiz a escolha certa, mas o que realmente interessa é que estou feliz profissionalmente, uma coisa que já não acontecia há muito tempo.

Gostava de ter um emprego das 9 às 5 como se costuma dizer por aqui, um daqueles em que trabalhamos de manhã, vimos almoçar e trabalhamos o resto depois, com um horário de saída confortável, mas é impossível eu sou professora de música nas AECS (e não ganhamos assim tão bem), ora as atividades de enriquecimento curricular apenas são feitas no final das áreas obrigatórias normalmente a partir das 14h30 ou 16h até ao final das aulas 17h. Depois disso dou aulas de música também numa banda filarmónica e explicações de 1º ciclo, aqui tanto uma como outra atividade tem que ser feita num horário que os alunos possam frequentar e qual é ? “Depois das aulas”, ou seja eu trabalho sempre no final e depois das aulas escolares por isso é impossível chegar a casa mais cedo. Enfim…

Temos outro recente problema cá em casa e que veio de certa forma abanar a nossa relação familiar, tem o nome de “Pinky” e é uma cadela traçada de labradora que nos apareceu à porta de repente como oferta de prenda de batizado à nossa filha.

Pois bem esta cadela chegou com 1 mês e meio e agora já tem quase 3, ainda é bebé mas já tem um porte grande, só que adora roer tudo, morder-nos e fazer xixi por todos os lados. Já a estamos a tentar habituar mas mesmo assim tem sido uma tarefa difícil e que nos leva à exaustão, até porque o relacionamento dela com a nossa filha só agora começou a amenizar um pouco, no início tinham as duas muitos ciúmes uma da outra, agora está tudo melhor.

E nós os dois, o casal, onde fica? Pois é não tem sido nada fácil para a nossa relação conseguirmos tempo e energias para estarmos alguns momentos juntos. Não conseguimos ter tempo para os dois, mas também como uma filha pequena que depende inteiramente de nós, uma cadela bebé que rói tudo e faz xixi em todos os lados e as nossas vidas profissionais, não nos sobra tempo nem energia no final do dia para nós.

Este afastamento dos dois, veio complicar um bocadinho o clima familiar, andávamos os dois stressados, cansados e o pior é que andávamos de costas voltadas, cada um exausto para seu lado. Já resolvemos o problema, falando abertamente os dois, expondo o que nos atrapalhava e o que nos deixava mais exaustos. Conseguimos trocar algumas tarefas exaustivas entre os dois, o que nos deixou menos cansados, começamos a procurar-nos e entendemo-nos bem. Ainda não conseguimos tudo, mas a falar tudo se resolve e nós já temos tempo para namorar ao final da noite quando elas já dormem e o que não se fez, faz-se no dia seguinte porque nós e o nosso tempo juntos são mais importantes que as m ilhares de coisas que há para fazer numa casa.

E vou já parar por aqui porque o texto já vai bastante longo, mas o mais importante é agarrarmo-nos às coisas boas que temos na vida e falarmos com quem gosta de nós (não precisa ser diretamente se não conseguirmos, basta fazer sinais ou então escrever).

Vou cada vez mais para cima e estou lá a chegar.


28 de outubro de 2022


Pinky

Quem é a Pinky?

Pois então a Pinky é o mais recente membro da nossa família.

No dia 21/09/2022 bateu-nos à porta um amigo nosso que vinha entregar a prenda do batizado da nossa Super Pinini (os papás casaram e batizaram a Super Pinini no dia 06/08/2022). Quando abrimos a porta encontramos uma cadelinha labradora, de cor preta, ui que surpresa enorme.

A pequena cadela ainda mal sabia o que era o mundo, tinha apenas 1 mês e meio e tinha largado a mãe à umas horas. Pois como era de esperar tinha medo de nós, mas tentamos aconchega-la para se sentir bem.

E a nossa Super Pinini? Ela que sempre pediu um cão, tinha algum medo da cadela recém chegada. O medo foi se dissipando mas a relação ainda não era a melhor, a nossa Super Pinini começou a ter alguns ciúmes da Pinky (nome que a mamã escolheu para a cadela), ciúmes porque até à chegada da Pinky a atenção era toda para ela e também porque tivemos que mudar alguns hábitos cá em casa, principalmente o de deixar os brinquedos espalhados pelo chão, pois a Pinky ainda é muito pequenina e só quer roer tudo.

O tempo foi passando e agora a Pinky já está connosco há praticamente um mês. A Super Pinini já gosta muito dela, adora ir passeá-la de trela à rua e já se dão muito bem. Ás vezes a Pinky vai a correr e empina-se à nossa Super Pinini e como é grande chega com as patas da frente aos ombros da nossa menina e ela assusta-se, mas diz-lhe logo “sai”.

A “Piqui” ou “Pimi” (porque a Super Pinini ainda não consegue dizer bem Pinky) já se está a habituar às rotinas da nossa casa, principalmente às horas de dormir. Gosta muito da “nossa menina” e às vezes dizemos-lhe “Pinky tens que proteger a nossa menina” e ela fica muito quieta a fixar o olhar na nossa Super Pinini.

A Super Pinini já se habituou a ela e quando chega a casa procura-a para se cumprimentarem.

Há certos momentos em que se juntam as duas contra a mamã, especialmente no que toca aos xixis. Pois é a nossa Super Pinini começou à pouco tempo o desfralde e por vezes ainda faz o seu xixi fora do sítio, isto acontece muitas vezes quando está a ver os desenhos animados na televisão e como está tão entretida esquece-se de pedir para ir fazer xixi. Também a Pinky ainda se está a habituar que não pode fazer xixi por todo o lado, mas sim onde os donos lhe disseram.

Foi um pouco difícil para os papás, pois não estavam à espera deste novo membro da família que apareceu de repente, mas com calma (que nem sempre há) e com muito amor tudo se vai resolvendo.

Será muito bom para a nossa Super Pinini e para a Pinky crescerem juntas, partilharem experiências e momentos, sempre acompanhando o desenvolvimento de cada uma, neste caso com diferença de 2 anos apenas. A nossa Super Pinini tem 2 anos e três meses e a Pinky tem 2 mezinhos.


Bem vinda à nossa família Pinky, já todos te adoramos.

Que grande aventura esta.

Voltei! Olá Expressão Musical

Voltei! Sim, voltei a dar aulas de música. Oh como eu adoro isto, as crianças, a música, tudo junto na mesma sala é ótimo.

Neste ano letivo 22/23 abracei um novo projeto de aulas de Expressão Musical desenvolvidas nas Atividades de Enriquecimento Curricular (AECS) no meu concelho. Nestas aulas tenho 7 turmas diferentes, a maior parte são de 3º e 4º ano de escolaridade mas também tenho apenas uma que junta meninos do 1º e do 2º ano. 

Tem sido um desafio incrível, sempre entre 10 a 15 alunos em cada turma, cada um com a sua personalidade, cada um com o seu gosto musical, que eu tenho que gerir da melhor forma possível. 

Trabalhamos em regime de escola pública por isso há certas regras que temos que ter em conta, como o registar as faltas dos alunos, fazer os sumário, recolher elementos para avaliação, etc. Mas sabem uma coisa, até essas regras são muito fáceis de cumprir quando fazemos aquilo que realmente gostamos.

E sim, eu gosto muito de dar aulas de música. É um trabalho que nem sempre é fácil, há todo um processo de preparação das aulas, de planificações de trabalhos que temos que realizar. Muitas vezes pensam que ser professor de música é apenas colocar uma "musiquinha" ou cantar com os alunos e pronto, mas não é nada disso. A "musiquinha" tem que se adequar às idades de cada um, e geralmente não agrada a todos (porque nem todos temos os mesmos gostos musicais). É preciso ensinar a estes alunos a verdadeira essência da música, como é que ela funciona, para que serve, o que podemos fazer com ela, tudo isto enquanto cumprimos um calendário de planificações com objetivos a alcançar.

Estas aulas começaram à cerca de um mês e tem sido uma experiência incrível, já passamos a fase de adaptação (sim, tivemos que nos adaptar todos, os alunos a mim e eu a eles), agora estamos na parte de trabalhar, descobrir novos conceitos musicais e tem corrido mesmo muito bem.

Nem todos os alunos são fáceis, cada um tem a sua personalidade e feitio, nem todos gostam das aulas da mesma forma, mas cabe me a mim resolver as situações que vão aparecendo, nem sempre se pode fazer a vontade a todos, pois à dias em que a matéria agrada a uns e noutros agrada a outros. 

Até ao momento ainda não tive nenhuma situação que não fosse possível ser resolvida na própria aula. É necessário ouvir os alunos, mesmo que a última e soberana palavra seja a minha da professora, eles também gostam de ser ouvidos, dentro dos limites que uma sala de aulas nos obriga, sempre mantendo a relação professora-aluno (não se devem misturar estes dois papéis fundamentais, pois os alunos têm que perceber quais os deveres e direitos de cada parte).

Tem sido ótimo chegar à escola e começar a ouvir chamar "professora de música" só mesmo para me cumprimentarem, ou passar pelo corredor e ver meninos e meninas a acenarem me com a mão, a chamarem-me ou até mesmo a virem direitos a mim para me dar um abraço (sim, este calor humano faz nos falta e sabe bem a todos, tanto aos que dão como aos que recebem, ainda bem que o covid nos deixou voltar a ter estas manifestações de carinho).

Mas não sou apenas professora de música nas AECS. No início deste mês de Outubro atirei-me de cabeça para um novo projeto, ui e que projeto, aulas de Expressão Musical numa entidade privada, com alunos desde os 5 meses até aos 6 anos.

Meu Deus, que diferenças de idades tão grande. Bem, trabalhar com os alunos do pré-escolar (3 a 6 anos) é mais fácil para mim porque trabalhei durante três anos com estas idades e já tenho uma bagagem suficiente para me deixar tranquila. Mas e os outros? Nunca trabalhei com creche, nem muito menos com berçário. Tem sido difícil arranjar formas e atividades para trabalhar com eles, porque enquanto para as outras idades eu já tinha bastante material, para estas idades não tenho mesmo nada, a única coisa que tenho é uma filha de dois anos que me dá uma grande ajuda a perceber as fases dos bebés, o que conseguem fazer em cada idade, pelas quais ela já passou.

São aulas no concelho vizinho e são oito turmas, duas de berçário, três de creche e também três de pré-escolar que estão dividas por idades, que começando nos mais pequeninos vão aumentando até aos mais crescidos. Desde o início que fui muito bem recebido por toda a direção e pelas colegas (educadoras e auxiliares) que me colocaram logo à vontade e isso fez-me sentir como parte da equipa.

Ainda está muito no início mas estou a adorar esta nova aventura da minha vida profissional.

Para além destas duas grandes atividades profissionais, dou também aulas de música individuais e em grupo, na minha terra. E desde junho deste ano que comecei, juntamente com o meu marido (também ele músico amador) a dar aulas de música numa banda filarmónica de um concelho vizinho. Estas aulas são muito diferentes das anteriores, aqui temos um grande objetivo que é a progressão e continuidade da banda filarmónica, por isso o nosso trabalho é ensinar os alunos para que estes estejam aptos a ingressar na filarmónica. Apenas ensinamos instrumentos de sopro e percussão (os habituais numa filarmónica), iniciação e formação musical e também solfejo. Aqui as idades são mais complicadas, pois podem ir desde os 6 anos até sem limite de idade (tanto podemos ter crianças, como adolescentes ou até mesmo adultos), neste momento apenas temos crianças e adolescentes.

É um projeto diferente mas do qual também gosto muito, foi neste tipo de aulas que me lancei há 9 anos atrás, por isso têm sempre um gostinho especial.

Mas não fico por aqui, também este mês vou recomeçar um projeto que já tinha iniciado o ano letivo passado, as explicações e acompanhamento dos trabalhos de casa. Será nos mesmos moldes do ano passado mas este ano com mais alunos, enquanto no ano passado apenas era na sede de concelho, este ano vou também para uma das freguesias uma vez por semana e mantenho cá na sede de concelho duas vezes por semana. 

No ano passado correu bastante bem e vou com expectativas de que este anos corra igual mente bem.

É uma coisa diferente mas também serve para algar os meus conhecimentos e técnicas e para sair um bocadinho da área da música, o que só me faz bem.

E pronto é assim a minha vida neste momento, uma professora de música com vários alunos de todas as idades e que adora aquilo que faz!

Com calma…

Estive bem, finalmente estive bem, as coisas más foram embora. Estive entretida com as coisas do meu casamento e do batizado da princesa. Havia muito para fazer, mas também tempo a mais.

Fui fazendo, fui revendo tudo vezes sem conta e pelo menos estive entretida. E agora? Agora acabou, já passou. Foi tudo muito giro e correu tudo bem, mas acabou. Parece que os objetivos de vida acabaram, agora está a ser difícil arranjar outro objetivo para me ocupar e pelo qual valha a pena lutar todos os dias.

Sem objetivos e sem metas está a ser difícil agarrar-me cá em cima, mas estou a tentar.

Tenho o coração ligado aos olhos e choro por tudo e por nada, não posso ver ou ouvir nada. É horrível.

Às vezes não me consigo controlar parece que perdi a vontade de mim. Quero ir a um sítio depois chego lá e já não me apetece lá estar. Quero fazer uma coisa mas se não sai bem logo à primeira desisto e vou para baixo, parece que já não vale a pena lutar mais.

Não estou a conseguir lutar contra a frustração.

Não me apetece estar aqui mas também não me apetece ir embora.

Tenho medo de ter outra crise de ir mesmo ao fundo, já me sinto a escorregar. Estou a tentar segurar-me mas não é fácil.

Tenho medo de voltar a não ter paciência ou afastar-me das pessoas que gostam de mim e que precisam de mim.

E agora? Não sei.

Afinal as feridas ainda cá estão e não estão completamente saradas, queira Deus que não voltem a abrir.

Está tudo num deixa andar, e assim é que deve ser, mas preciso de mais qualquer coisa.

Pelo menos tenho a força de vontade para não desistir, o problema é que essa força cada vez está mais fraca. Para já em vez de um pequeno canto num quarto totalmente escuro, está um quarto com a luz que tiver e uma cama para descansar, tenho descansado assim algumas vezes durante os dias mas não tem sido fácil.

E eles os dois que estão aqui mesmo ao pé de mim?

Como vão eles aguentar outra crise daquelas?

Sei bem que não foi nada fácil para eles os dois, mas para mim também não.

Não sei o que posso fazer mais neste momento para me continuar a segurar cá em cima.

Por favor ajudem-me a não voltar a deixar de ter paciência para a minha filha. Ajudem-me a faze-los os dois felizes como eles merecem, não me voltem a deixar cair até ao fundo.

Estou cá em cima e é aqui que gosto de estar.

Não quero mais ser chata e estúpida. às vezes até acho que tenho um bocadinho de bipolaridade, tudo por causa disto. Por causa do mesmo.

Só preciso de me continuar a segurar sem voltar a cair. Não está a ser fácil mas vai ter que ser possível, não sei como.

Hei de voltar a ter objetivos pelos quais lutar. Coisas pequenas, a curto prazo e que se veja logo o resultado.

Hei de voltar a fazer a minha pequena família feliz, tal como eles merecem.

Só não posso continuar a escorregar assim para baixo!

Ajuda!


21/08/2022

O que será isto de ser professora?

Que será isto de ser professora?

Possas deve ser das perguntas mais complicadas que já respondi em toda a minha vida. Mas tenho a certeza de uma coisa, ser professora é fazer a diferença na vida de alguém.

Hoje tive a prova de que eu própria enquanto professora fiz a diferença na vida daqueles mini serezinhos pequeninos que me chegaram ao pé com os seus 3, 4 ou 5 aninhos. 

Hoje numa atividade inesperada, a maioria desses mini seres abordou-me de forma muito carinhosa dizendo me coisas simples como um “Olá Professora”, “Tu foste minha professora” e ainda “Eu sou o xxxx porque é que não me falas? Foste minha professora de música, esqueceste-te?”....

Refiro me a alunos que tive à 3 anos atrás, no chamado “antes da pandemia”, como é que é possível que estas crianças ainda se lembrem de mim, logo eu que apenas estava com eles uma hora por semana, será possível? Sim foi mesmo possível, durante essa hora por semana eu enquanto dava as aulas, ia fazendo a diferença na vida daquelas crianças. De alguns lembro-me facilmente de outro foi mais difícil, não porque me fossem indiferentes mas sim porque neste 3 anos sem os ver eles cresceram bastante. Reencontrei-os hoje numa atividade do 1º ciclo, pois é já no primeiro ciclo, parece que ainda ontem lhe ensinava algumas coisinhas de música no pré-escolar.

O tempo voa mas à pessoas que marcam a diferença nas nossas vidas.

Nesta mesma atividade de hoje encontrei também algumas crianças que ainda são minhas alunas agora, no novo projeto onde dou explicações. Apenas tenho 7 alunos (todos do 1º ciclo) e todos eles sem exceção me vieram cumprimentar e falar comigo, mesmo os mais tímidos a quem mal arranco uma frase durante as explicações, porque vamos lá ver só estou com eles desde o inicio deste mês, ou seja à 5 “aulas de explicação”, mas mesmo assim vieram falar-me.

É difícil explicar tudo aquilo que vai no meu coração neste momento... sinto medo, sinto muita nostalgia por já não dar aulas à tanto tempo, mas sobretudo sinto-me a transbordar de alegria, uma alegria enorme por sentir que faço a diferença na vida de alguém e talvez não seja uma diferença assim tão negativa pois se me vieram cumprimentar significa que não só não se esqueceram de mim como também devem ter gostado algum pedacinho.

“Quem passa por nós não vai só, deixa um pouco de si, leva um pouco de nós” e eu tenho a certeza que todas estas crianças levaram um pouco de mim em todos os momentos que estiveram comigo.


Adoro ser professora.

Hoje é sobre ele

Ele? Quem é ele?

Ele é só a melhor pessoa do mundo. Ele é o meu melhor amigo, ele é o meu companheiro de todas as aventuras, ele é a pessoa que eu amo… Ele é o meu amor.

Tem a força de um guerreiro para suportar toda a nossa família às costas. Está tudo em cima dele e ele consegue.

Apoia-me me tudo o que quero e alinha em todas as minhas parvoíces.

Ultimamente tenho andando um pouco pior, mais em baixo, mas ele tem um paciência gigantesca para me aturar.

Ajuda-me a ultrapassar tudo, é o meu pilar para tudo. Mesmo quando sou chata e impossível de aturar ou até mesmo de compreender, ele está lá, ele ajuda-me, ele ouve-me, ele sustenta-me.

Nesta fase mais difícil não tenho estado no meu melhor e ele espera por mim, dá-me espaço e isso tem sido muito importante. Tudo o resto já ficou lá atrás e raramente nos faz mal porque ele é perfeito.

Não é fácil retribuir o apoio o o amor que ele me dá.

E juntos somos mais fortes e eu adoro estar com ele.

Tenho tanto orgulho nele e na pessoa que ele é.

Um dia também ele terá orgulho em mim.

Fruto de todo este amor é a nossa pequena princesa, toda lindinha como o pai. Também ela é perfeita como ele. Ele é só o melhor pai do mundo, tem tanto jeito para cuidar da princesa que nem dá para imaginar.

E pronto se alguma vez leres isto, sim tu meu amor, ficas a saber que o amor que tenho por ti é enorme.

E quero agradecer-te por sere o pilar cá de casa e por nos carregares às duas.

Admiro-te muito e amo-te ainda mais.


12/06/2022

Só!

Não sabia que era possível sentir-me sozinha rodeada de gente, mas ultimamente tem sido assim.

Hoje é mais um dia igual a tantos outros em que eles os dois estão cá e eu estou completamente sozinha e sem nada para fazer. Acho que estes dias ainda custam mais que os outros, porque nos outros estou mesmo sozinha e nestes eles estão aqui mas eu continuo só.

Não posso chorar como em todos os outros dias sem um “o que foi agora”

Mais gente só significa mais trabalho de limpar, arrumar e cozinha… e o retorno?

Já não sei brincar com ela, vou a entretendo quando estamos só as duas mas não é brincar. Não tenho grande vontade.

E com ele já há muito tempo que deixámos de fazer coisas juntos como se não houvesse nada para fazer. Dantes tínhamos sempre alguma coisa para fazer juntos, mas agora não, parece que mudou alguma coisa e eu não se o que foi.

Tem sido um caminho difícil.

Nunca vai ficar tudo bem.


16/05/2022

Para ti!

Pois é agora já escrevo para ti, já não quero guardar tudo só para mim.

Primeiro passo escrever e desabafar.

Segundo passo não guardar para mim e mostrar-te a ti, mas só a ti ok?

Quero ser melhor, quero tentar, quero deixar de estar assim, mesmo que não seja capaz, estou a tentar.

Há dias melhores… mas há dias muito piores e estes custam um bocadinho.

Já escrevo sem chorar e perto de vocês. Normalmente só escrevo quando estou zangada, irritada e triste, mas agora também quando estou bem disposta.

Hoje também só te quero dizer uma coisa… Tu és perfeito, nunca te esqueças disso está bem?

Eu não estou bem, mas nunca foi nem nunca será culpa tua. Amo-te e amo a maneira como me tratas. Sim eu sou muito feliz contigo, sou feliz com a nossa filha e a nossa família.

O problema sou apenas eu… sim eu não gosto de mim, não me sinto útil, não gosto do que vejo quando olho para mim, basicamente não sirvo para nada. Não gosto de nada, não me apetece fazer nada e não tenho vontade de nada. Por vezes choro porque não consigo guardar as coisas para mim, porque não sou forte.

Quero mudar as coisas, mas nem sempre é fácil e não sei bem o que fazer. Lá no fundo sei que irá ficar tudo bem, mas acho que o caminho não vai ser fácil.

Para já só preciso que tu não desistas de mim e que nunca te esqueças que és a melhor coisa da minha vida, tal como a princesinha. Tu fazes me tão feliz, nunca te esqueças disso ok?

Aqui o problema sou eu não tu, está bem?


02/05/2022

Hoje é para ti

Escrevo para ti, já não aguento mais! É cada vez mais difícil.

Não sei o que se passa comigo, não sei porque é, não sei quando apareceu, não sei como resolver.

Não gosto de mim. Não gosto de estar assim.

Tu tens muita paciência comigo mas nota-se que já se começa a acabar. Não tens que te preocupar comigo.

Sê para a Iris o melhor pai do mundo. Sê para ela aquilo que eu não fui capaz de ser.

Ela é linda, porta-se bem e tem uma grande personalidade. Trata-a bem, dá passeios com ela e brinquem muito.

Nós vamos parar. E acho que o nosso casamento também, embora fosse o meu grande sonho, eu não te posso fazer isto.

Tu apaixonaste-te por uma pessoa que já não existe, desapareceu sem que eu a conseguisse agarrar. Pensa bem.

Tu mereces melhor, mereces o melhor do mundo. Nunca deixes de ser essa pessoa maravilhosa que és e se conseguires faz da nossa filha uma pessoa como tu, com um coração gigante, capaz de ajudar o mundo inteiro.

Nunca se esqueçam que por mais diferente que eu esteja eu amo-vos muito, muito, como nunca amei ninguém.

Estou a tentar dar o meu melhor para mudar, mas não sou capaz.

Amo-vos!


09/04/2022

Não sei se quero falar

Não sei se quero falar. Pode ser aqui assim?

– O que foi?

– Ao certo não foi nada, não aconteceu nada, de repente fico assim por nada não sei porque.

Sinto que não sirvo para nada e sempre que não tenho “nada” para fazer fico assim. Basta um bocadinho sem nada para fazer que começa a cair tudo “não faço nada”, “não tenho nada para fazer”, não quero fazer nada, mas não quero estar sem fazer nada, é estúpido não é? Bem eu também sou.

Assim que cai, só quero um cantinho para mim sem ninguém e com pouca luz nem sei bem porquê. Quando começa já não há volta a dar, sair é difícil. O teu abraço ajuda.

Quando começa sei que já não tens paciência para mim mas não é de propósito. Já estás farto disto mas eu também estou.

Também pergunto porque é que sou assim, ou porque é que isto só acontece comigo, mas não sei.

– O que posso fazer para te ajudar?

– Eu não sei, se soubesse já tinha feito algo ou pelo menos tentado pedir.


23/03/2022

Mudanças…

Vou escrever, mas hoje não estou triste bem muito menos a chorar.

Hoje apetece-me escrever porque não estou a conseguir dizer por palavras aquilo que quero ou que sinto.

As coisas estão a mudar e eu não gosto nada de mudanças nem se quer de sair da rotina mas às vezes tem mesmo que ser.

Não gosto de coisas diferentes mas hoje apetece-me mudar, fazer algo diferente pela minha vida. Não sei bem o quê.

Bem, sei que gostava de ser uma pessoa melhor, mais paciente, mais bonita, menos chata e menos medrosa.

As mudanças… está tudo a mudar e eu nem me apercebo. A primeira de todas! O casamento, pois todos dizem que será uma grande mudança mas eu não estou a ver nada. Não acho que seja assim tão diferente.

Vai ser uma coisa boa, vai dar algum trabalho e muito dinheiro de resto não sei qual será a grande mudança.

E o trabalho? Neste momento estou desempregada a fazer voluntariado no mesmo sítio com a promessa de um dia lá ficar. Gosto muito daquilo, mas será que quero lá ficar? Ainda não sei responder a esta pergunta.

Na semana passada convidaram-me para voltar a trabalhar ou melhor a concorrer a uma vaga no palácio, mas desta vez para guia. A Dra. elogiou o meu trabalho enquanto lá estive e foi ela própria que me ligou, mas não. Não quero ser guia nem falar com as pessoas, muito menos fazer os fins-de-semana. Mas também não quero dizer já que não, não quero destruir a minha imagem no trabalho e agora o que faço?

Até gostava de ir trabalhar para um arquivo do estado mas não vai ser nada fácil.

Gostava de ter um emprego estável que fosse para sempre, eu teria que me habituar a ir, gostasse ou não. Colegas maus e bons há em toda a parte.

Agora a mudança, gostava de publicar a minha história das bandas, mas como? Já perguntei na cechap e dizem-me que sim, mas não anda para a frente. Seria bom apresentar à câmara? Aqui tenho medo, mas apetece-me tentar já.

Tenho outro sonho pendurado. As minhas aulas de música, que foram transformadas em aulas de artes para não ofender a banda. Tenho tudo, sitio, espaço, horário, plano aprovado, tudo. Só me falta alguém que diga “eu estou contigo”, “avança que tu és capaz” e “vamos os dois”.

Serei assim tão medrosa. Gostava tanto de o fazer. Ajudem-me.

A minha família, ui é perfeita. Já comecei a fazer o texto 3 vezes, porque a minha princesa vem tirar-me as folhas e a caneta. Ela é muito gira, simpática e muito velhaca. Tenho um marido incrível que me faz as vontades todas e a cima de tudo gosta de mim tal e qual como eu sou. Ai eu que o adoro tanto mas tanto.

Adora a família que construímos juntos. E ainda gostava de ter mais dois filhos e um cão, e talvez um peixe ou um passarinho. Já não tenho “tempo de saúde” para os dois filhos, talvez só para um e já não vai ser nada simples.

Bem, hoje não é para chorar… É para tentar melhorar.

Hoje o meu texto teve a ajuda da princesinha pequenina que fez uns rabiscos na minha folha, ficou muito mais gira, não ficou?

Acho que ainda preciso de ajuda, mas já estou um pouco melhor.


04/03/2022

A Super Pinini está a crescer

Pois é, a nossa Super Pinini está a crescer tão rápido. Já tem um ano e meio e torna-se cada vez mais independente.

Anda para todo o lado sozinha e vai onde quer, muitas vezes até já foge quando a mamã ou o papá a chamam. Também já se sabe esconder e então foge a correr para que não seja apanhada.

Está cada vez mais esperta, já sabe onde ficam as partes do corpo, nós tentamos sempre desenvolver estas capacidades e quando lhe perguntamos onde fica alguma coisa ela aponta. Já sabe onde estão os olhinhos, a cabeça, o cabelo, o nariz, a boca e os dentes, os ouvidos (porque as orelhas ela não conhece ahahah), as mãos e os braços, os pés e as pernas, e a barriguinha, agora está a descobrir as costas e o pescoço.

Já sabe também identificar os membros da família apontando para eles quando lhe dizemos o nome, mas apenas conhece pelo lado familiar, pois sabe quem é a mamã mas não sabe quem é a Cláudia (é o nome da mamã) e assim por diante em todos os membros da família mais direta. Ela própria já chama alguns… chama a “mãe”, o “pai”, a “bó” (avó), o “bô” (avô), o “pa” ou “painho” (padrinho), a “pá” (Tia Paula).

Para além destes nomes todos, ainda sabe chamar o “cão”, dizer se quer ou não quer (“quéi” e “ãn quéi”) e dizer que “não”. Já é muito fácil entender o ela quer, pois mesmo sem falar todas as palavras, já se sabe explicar, apontando para as coisas e muitas vezes leva-nos pela mão até onde ela quer ir ou onde quer alguma coisa.

Adora animais, especialmente cães. Ai o “seu” Tobias, que nem sequer é dela, mas sim dos nossos vizinhos do lado (que também eles já fazem um bocadinho parte da nossa vida). Ela adora o lavrador preto, enorme e já bastante velhinho que a deixa fazer tudo. Tirando este ela adora brincar e passear com o Pipoca, um pinscher de cor castanha, muito parecido com uma raposa nas orelhas e no focinho, que já era da mamã, mas que ficou na casa dos avós.

A Super Pinini já se entretém a brincar sozinha durante algum tempo, gosta de fazer legos (daqueles com as peças grandes), adora pintar, escrever, tudo o que seja relacionado com isso, pode ser um papel e uma caneta, lápis, tinta o que for. Uma das suas brincadeiras preferidas é colocar objetos dentro de alguma coisa e depois tirar, às vezes dou-lhe uma caixa de plástico e umas massas ou qualquer outra coisa que tenha à mão e ali fica ela um bom bocado a colocar as coisinhas dentro e fora da caixa.

Também já adora ver os desenhos animados na televisão, ahahah os papás já sabem os episódios de core (não digam a ninguém mas de vez em quando os papás dão por eles a comentar os episódios um com o outro ahah). Todos os dias ao final da tarde quando podemos temos o nosso tempinho para passarmos juntos, temos que o partilhar com o “Mickey”, a “Minnie”, a “Bluey”, a “Bingo”, a “Sofia”, a “Sweety”, o “Coop”, o “Pequeno Boo”, o “Spidey”, entre outros que nos vão acompanhando.

Bem como o texto já vai um pouco longo, vamos ficar por aqui, porque ainda havia muito mais para contar porque a nossa Super Pinini não para, são aventuras atrás de aventuras, sempre com novas conquistas, tanto para a ela como para os papás. É maravilhoso acompanhar esta aventura de uma bebé com uns pais de primeira viagem.

É hoje

Hoje é a despedida. Já chega.

O ano começou da pior forma possível. Já não aguento mais.

Não é desistir, é mudar. Não ficou tudo bem com diziam.

Hoje tenho a certeza que chegou o limite. Sei que não sirvo para nada, não quero fazer nada, não quero ver ninguém.

A ti meu amor vais ficar melhor sem mim, depressa te esqueces de tudo e vais de certeza seguir em frente, ela precisa de ti.

De nós, desculpa nunca ter sido a pessoa que esperavas. Desculpa por todas as vezes que te falhei e que não estive à tua altura mas pensei em mim. Lá no fundo nunca foste só meu mas ficas com a certeza de que te amo como nunca amei ninguém e de que só tu me conheces como realmente sou.

A ti minha luz pequenina fica sempre junto do papá e faz o que ele disser. Eu tenho tanto tanto orgulho em ti, tu és perfeita. Nunca te esqueças que a mãe te ama acima de tudo, és o melhor da minha vida. Nunca chores por nada. Diz o que tens a dizer e nunca guardes tudo para ti.

Sê feliz meu anjinho pequenino.

A todos os outro sabem que sempre serão muito importantes para mim. Sigam em frente e sejam felizes.

Não há mais sonhos, não há mais objetivos, já não vale a pena.

Escrevo e respiro fundo, tenho tanto medo. Ainda não. Ainda não é hoje.

Choro e muito mas ainda não é hoje o limite.

Preciso mudar, mas sei que tenho os melhores comigo.


02/01/2022

Pela minha família… Onde o amor cura

Hoje estou a escrever na sala, sozinha porque cada um dos meus amores está nos seus “trabalhos”. Estive mesmo lá em baixo e durante muito te...